Índice Geral das Seções Índice da Seção Atual Índice da Obra Atual Anterior: VIII - Bíblia Afirma que o Sacerdotalismo é de Origem Diabólica Seguinte: X - A Queda, Ocasionada pelo Sacerdotalismo Atuando sob Controle Satânico, por Meio da Perversão da Consciência Espiritual
(p. 27)
IX.
A “Mulher” Não é
uma Mulher,
Mas Sim a Alma e
a Intuição
1. É a hostilidade inveterada entre os
poderes ocultos do mal e a “Mulher” das Escrituras que está representada
(p. 28)
na passagem do Apocalipse na qual aparece o dragão, “quando soube que já
não tinha muito tempo”, ao “despejar água de sua boca como uma enchente para
levá-la embora”.
2. A iminência da restauração da
intuição reconhecida pelo dragão, que não é outra senão sua velha sedutora no
Éden, se deve ao início do reinado de Miguel, “o grande
príncipe que defendeu os filhos do povo de Deus”. Isso porque, como o
representante do principio da equidade ou equilíbrio, em relação aos fatores
masculino e feminino na natureza humana, Miguel representa a restauração da
Intuição a seu devido trono; é por meio da qual se dá o discernimento do
espírito e, assim, da verdadeira natureza do dragão como sendo a antítese do
Espírito.
3. A negação da Intuição é uma
característica marcante do Sacerdotalismo, seja ele religioso ou científico. E a
Intuição nunca esteve tão flagrantemente ausente de ambos os tipos do
Sacerdotalismo quanto nos dias de hoje.
Mas a pergunta que deve ser respondida em primeiro lugar é quem, ou o que, é a
intuição precisamente. E como não há ninguém tão competente para responder a
isso quanto ela própria, é nas palavras em que ela revelou a si mesma novamente
– expressamente para os propósitos da Nova Interpretação, representada por essa
Sociedade – que a resposta será dada.
Como
veremos, desde o início a Intuição restaura a doutrina
– Universal nas Igrejas pré-cristãs, mas suprimida pelo Sacerdotalismo ao
assumir a denominação de Cristão – que é a única que a torna, ou a Bíblia, ou a
própria existência inteligíveis. Essa é a doutrina da multiplicidade das vidas
terrenas.
4. “Intuição é experiência inata; aquilo que a alma sabe
dos idos e antigos anos.
“Conhecimento inato e percepção das coisas, essas são as fontes da
revelação: a alma do homem o instrui, já tendo aprendido pela experiência.
“Ninguém é profeta, a não ser aquele que sabe: o
instrutor do povo é um homem de muitas vidas.
(p. 29)
“E a Iluminação
é a Luz da Sabedoria, pela qual o homem percebe os segredos celestiais.
“Essa Luz é o Espírito de Deus dentro do homem, mostrando-lhe as coisas de Deus”. (1)
“Os
Livros Místicos tratam apenas de entes espirituais? Nem o próprio Tentador é matéria, mas antes aquele que dá precedência à matéria. Adão é antes a força intelectual: ele é Terreno. Eva é a consciência moral: ela é a Mãe dos que Vivem.
“Então, o intelecto é o princípio
masculino, e a intuição, o princípio feminino. E os Filhos da Intuição, ela própria caída,
finalmente recuperarão a verdade e redimirão todas as coisas.
“Por sua culpa, de fato, que a consciência moral da humanidade tornou-se sujeita à força intelectual, e que dessa forma proliferam todo o tipo de maldade e confusão, já que o desejo dela está direcionado para o intelecto e, até agora, ele
exerceu domínio sobre ela.
“Mas o Fim profetizado pelo Vidente não está muito longe. Então, a Mulher será
exaltada, vestida com o Sol e levada ao Trono de Deus. E seus Filhos farão
Guerra ao Dragão, e alcançarão a Vitória sobre ele.
A intuição, desse modo, pura e
sendo como uma Virgem, será a Mãe e a Redentora de seus Filhos caídos, os quais
ela mantinha como Escravos do seu Esposo, a Força intelectual.”
“Moisés, portanto, conhecendo os Mistérios da Religião dos egípcios, e tendo
aprendido com seus Ocultistas o valor e a significação de todos os Pássaros e
Animais sagrados, os transmitiu como Mistérios para o seu próprio Povo. (...) Ele ensinou a seus Iniciados o Espírito dos Hieróglifos celestiais e
ordenou-lhes que quando celebrassem Festivais diante de Deus carregassem em procissão, com música e dança, aqueles dos Animais sagrados que, por suas significações interiores, estivessem relacionadas com a ocasião.
(p. 30)
“Agora, desses Animais, ele selecionou principalmente os Machos do Primeiro Ano,
sem Mancha ou Defeito, para significar que é necessário, acima de todas as coisas, que o homem dedique ao Senhor seu intelecto e sua razão, desde o princípio e sem reserva alguma. E fica evidente
– pela história do mundo em todas as épocas, principalmente nestes últimos tempos – que ele foi
muito sábio ao ensinar isso. Pois, o que foi que levou os homens a renunciar às realidades do espírito e a propagar falsas teorias e ciências corrompidas, negando todas as coisas que não sejam a aparência que pode ser apreendida pelos sentidos externos, e desse modo a se transformar no próprio Pó da Terra? É o seu intelecto que, não estando santificado, os desviou do caminho reto; é a força da
mente neles que, estando corrompida, é a causa de sua própria ruína e da de seus seguidores.
“Então, assim como o intelecto está apto a ser o grande Traidor do Céu, assim também é ele a força pela qual os homens, seguindo sua intuição pura, podem também compreender a verdade. Por essa razão está escrito que os Cristos são submissos a suas Mães. De modo algum isso
quer dizer que o
intelecto deva ser desonrado; pois ele é o Herdeiro de Todas as Coisas, desde que tão
somente ele seja verdadeiramente gerado e não um Bastardo.
“E, além de todos esses símbolos, Moisés ensinou seu Povo a ter, acima de todas as coisas, Repúdio à Idolatria. O que é,
então, a Idolatria e o que são os Falsos Deuses?
“Criar um Ídolo é materializar Mistérios espirituais. Os Padres, desse modo, são
Idólatras, os quais, chegando depois de Moisés e entregando-se a escrever aquelas coisas que ele, pela Palavra de Boca a Ouvido, tinha transmitido à Israel,
substituíram as verdadeiras coisas significadas, pelos símbolos materiais, e derramaram sangue inocente nos puros Altares do Senhor.
“Também são Idólatras aqueles que compreendem as coisas dos sentidos, onde tão somente as coisas do espírito estão referidas,
(p. 31)
e que escondem as verdadeiras
Feições dos Deuses por meio de representações materiais e falsas. Idolatria é materialismo, o compartilhado e original Pecado dos Homens, que substitui o Espírito pela
Aparência, a substância pela ilusão e conduz o tanto o ser moral como o intelectual, ao erro, de forma que substituem
o inferior pelo superior e o que está no Fundo
pelo que está no Alto. É o falso Fruto que atrai os sentidos externos, a Tentação da
Serpente do Começo do Mundo. (1)
Até que o Homem e a Mulher Místicos tenham comido desse Fruto, conheciam apenas
as Coisas do Espírito, e as achavam suficientes. Mas após sua Queda, começaram a
apreender também a Matéria e a ela deram a Preferência, tornando-se Idólatras. E
seu Pecado, e a Mácula gerada por aquele falso Fruto, corromperam o Sangue de
toda a Raça dos Homens, de cuja Corrupção os Filhos de Deus os teriam redimido.” (1)
“Tudo que é verdadeiro é espiritual. (...) Nenhum dogma é real se não for espiritual. Se for verdadeiro e, contudo, lhe parecer ter uma significação material, saiba que não o resolveu. É um mistério: busque sua interpretação. Aquilo que é verdadeiro é tão somente para o espírito.
“Pois a matéria perecerá, e tudo que a ela pertence, mas a Palavra do Senhor
continuará a existir para sempre. E como ela poderia perdurar se não fosse
puramente espiritual, uma vez que, ao perecer a matéria não mais seria
compreensível?” (2)
A Igreja tem toda a verdade; mas os sacerdotes a materializaram.
Em seu sentido real as
doutrinas são verdades divinas, fundamentadas na natureza do Ser. Mas
apresentadas segundo o sacerdotalismo
(p. 32)
elas são absurdos blasfemos. Elas são verdadeiras de acordo com o significado
dado por Deus; não conforme o significado dado pelos padres.
A Bíblia foi escrita
por pessoas de intuição, para pessoas de intuição, e do ponto de vista das
pessoas de intuição. Ela tem sido interpretada por pessoas superficiais, para
pessoas superficiais, e do ponto de vista das pessoas superficiais. Mesmo sendo
o mais oculto e místico dos livros, ela tem sido exposta por pessoas com sem
conhecimento oculto ou percepção mística.
NOTAS
(29:1) Vestida com o Sol, I, ii.
(31:1) Vestida com o Sol, I, v.
(31:2) Vestida com o Sol, I, iii.
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