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(p. 16)
V.
Multiplicidade do
Significado das Escrituras
1. (*) A Bíblia contém, além dessas –
como se encontrará mencionado na Concordância Bíblica de
Cruden, sob as diversas formas da palavra “sabedoria”, “conhecimento” e
“compreensão” – várias passagens nas quais, ao insistir na necessidade de
compreender o sentido velado da Escritura, estão implícitas, ao mesmo tempo, a existência de tal sentido
e a possibilidade de compreendê-lo.
E a mesma autoridade enumera não menos que cinco maneiras diferentes em que a
Escritura deve ser interpretada, chamando-as de Gramatical, Histórica ou
Literal, Alegórica ou Figurativa, Analógica, e Tropológica
ou Moral.
Mesmo essa, contudo, não é uma lista exaustiva, uma vez que falha em incluir o
sentido intuitivo, e aquele que é o mais interno e divino sentido
especificamente visado, e que é o sentido que constitui a Gnose, ou corpo da
doutrina da qual o Cristo é a concretização e a
demonstração individual. É essa doutrina que – estando, em razão da sua
segurança, enterrada profundamente nas Escrituras – é chamada por Jesus “a lei e
os profetas”, “Abraão, Isaac e Jacó”, os “Mistérios do reino do céu”, o
“conhecimento” – Gnosis
– da qual o Sacerdotalismo
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removeu a chave para a compreensão, e assim por toda a Bíblia removeu a “lei” e
a “palavra de Deus”.
Essa é a doutrina conhecida desde os mais remotos tempos por todos os iniciados
nos mistérios divinos – pois nem todos os mistérios são divinos – como a Gnose
Hermética, e a qual os Rabinos da Cabala afirmam ter sido a primeira dada por
Deus a Adão no Paraíso, e depois novamente dada a Moisés no
Sinai.
É essa doutrina, para cuja salvação do “Egito” de um Sacerdotalismo que se
tornou totalmente corrupto, e para transplantá-la para condições favoráveis à
sua preservação e realização, Moisés guiou seu povo para o deserto.
Essa é a doutrina cuja restauração, por meio da mesma faculdade pela qual ela
sempre foi, ou pode ser, compreendida, a Escritura declara repetidamente que
ainda será o meio da regeneração do mundo, descrevendo a época e as condições de
tal restauração como precisamente as condições que estão dadas agora.
E essa é a doutrina cujo reconhecimento da nova enunciação em nossos próprios
dias, e a promulgação da qual constitui a razão de ser e a missão da
União Cristã Esotérica.
2. Agora, quanto ao
sentido interior e aos múltiplos significados da escritura sagrada, a Nova
Interpretação discorre como segue: –
3. Todas as Escrituras
que são a verdadeira Palavra de Deus têm uma dupla interpretação, a intelectual
e a intuicional, a aparente e a velada.
Pois nada pode vir de Deus a não ser aquilo que é frutífero.
Tal como é a natureza de Deus, assim é a Palavra da boca de Deus.
A letra sozinha é estéril; o espírito e a letra dão vida.
Mas a Escritura que é a mais elevada é aquela que é mais fartamente frutífera e
que trás significados em abundância.
Pois Deus é capaz de dizer muitas coisas em uma, como o ovário saudável contém
muitas sementes em seu cálice.
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Portanto, há nas Escrituras da Palavra de Deus certos escritos que, como árvores
que dão muitos frutos, ofertam mais abundantemente do que outros no mesmo jardim
sagrado.
E um dos mais elevados é a história da criação do céu e da terra.
Pois nele está contida em ordem uma genealogia, a qual tem quatro ramos, como um
rio dividido em quatro braços, um escrito extraordinariamente rico.
E a primeira dessas criações é a dos Deuses.
A segunda é a do reino do céu.
A terceira é aquela do mundo visível.
E a quarta é aquela da Igreja de Cristo. (1)
NOTAS
(16:*) N.T.: Essa numeração indica os parágrafos no original, em inglês.
(18:1) Clothed with the Sun (Vestida com o Sol), II, 3.
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