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Tradução: Daniel M. Alves –
Revisão e edição:
Arnaldo Sisson Filho
[Embora o texto em inglês seja de domínio público, a tradução não é. Esse arquivo pode ser usado para qualquer propósito não comercial, desde que essa notificação de propriedade seja deixada intacta.]

 

 

 

CAPÍTULO III

 

“Eu Sou Aquilo que Sou”

 

            1. (*) A SUBSTÂNCIA Una da existência – aquilo que sub-existe ou subjaz a todas as aparências, aquilo do qual todas as coisas são modalidades – é o Espírito ou Deus.

 

            Ela é a divina Realidade original, o interior da matéria e dos fenômenos, a fonte e potência da manifestação, o Protoplasma essencial e abstrato

(p.12)

da vida; e ela é a Alma, individual e universal.

 

Deus é Substância Viva; o UNO homogêneo e primordial; o Todo do Ser, abrangendo tudo o que é ou que pode ser dentro do “EU SOU”.

 

“No Início Era o Verbo”

 

            2. Antes da Criação Deus subsiste não manifestado; como consciência ilimitada, homogênea, não individuada, penetrando a ilimitada, homogênea e não diferenciada Substância.

 

“Antes do começo das coisas somente o grande e invisível Deus subsistia. Não havia movimento, nem escuridão, nem espaço, nem matéria. Não havia nada além de Deus, o Uno, o Não-Criado, o Auto-Subsistente, O Qual subsistia como Luz invisível.” (1)

 

A potencialidade de todas as coisas dormia dentro do uno e único SER. Mas quando, na Mente Eterna, a concepção de Auto-expressão ou movimento surgiu e a idéia de germinação foi impulsionada, então dentro da unidade da Substância Viva, a sempre latente dualidade de Vida e Substância passou do repouso para a atividade.

 

As potências ou modos masculino e feminino do Ser Original – em si mesmos sempre não-manifestados – trabalharam para encontrar expressão conjunta em um terceiro aspecto da Deidade, o seu “Verbo” ou “Filho”, através do Qual a manifestação, que é criação, pôde ser realizada com a geração dos mundos [planos] espirituais e materiais.

 

Assim, pela interação de Deus Pai, como a Força ou Energia Original, e Deus Mãe, como Substância ou Essência Original, é produzido o Logos ou Adonai, o Qual é o resultante Manifestador ou Expressão da Deidade, em Quem os poderes duais do Pai-Mãe Todo Poderoso são inerentes e por meio de Quem todas as coisas são feitas.

 

            E essa é a primordial Trindade e Dualidade na Unidade do Não-Manifestado – que não são três Entidades, mas Uma Entidade em três aspectos.

 

(p. 13)

“Sete Espíritos Diante de Seu Trono”

 

            3. Quando Adonai, o “Senhor” ou Pensamento-Imagem da Mente Divina, tem a vontade de criar, Ele – o Qual também é Ela – assume o aspecto de atividade, em distinção àquele de passividade, e como uma modalidade da Deidade dinâmica ou “Espírito Santo”, emana e se diferencia nos Elohim ou Sete Espíritos da Luz, os Poderes ou Deuses que são os Regentes supremos da Criação.

 

Os Elohim podem ser concebidos como o sétuplo Sopro da Natureza Divina, como o sétuplo Raio oriundo do prisma da Luz Invisível. Cada um sendo uma Entidade perfeita e cada um sendo uma Entidade septenária numa unidade. Eles podem ser simbolizados como os Espíritos da Sabedoria, do Entendimento, do Conselho, do Poder, do Conhecimento, da Retidão e da Profunda Reverência Divina.

 

São os “dias” ou obras de cada um dos Elohim que são necessárias para a elaboração da humanidade arquetípica e que em conjunto constituem a “semana” da criação.

 

Dos Elohim emanam como réplicas, em muitos graus e ordens, toda a Hierarquia celestial – os Logos dos Sistemas Solares, os Espíritos Planetários, os Tronos e Dominações, os Anjos e Arcanjos, os Principados e Poderes – a multidão de níveis hierárquicos dos seres espirituais que, desde o Trono do Altíssimo, vão descendo até o estado de nossa humanidade atual. A função desses Seres é transformar o arquetípico no tangível, e o tangível no ideal consumado, cooperando com a Criação e a Redenção, a Evolução e Involução, tanto do Homem como do Universo.

 

O Pensamento Divino

 

4. Assim, Deus É em dois modos; dos quais um é passivo, estático, abstrato e não manifestado, e o outro é ativo, dinâmico, concreto e manifestado.

 

            Da natureza do primeiro não podemos saber nada, ele é para nós infinito paradoxo. A natureza do segundo é revelada através da Pessoa do Filho. E esses dois modos da Deidade existem exatamente ao mesmo tempo, pois é apenas com uma parte de Si mesmo que Deus estabelece o manifestado. Para além e

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ao redor das fronteiras da existência sempre está a supra cósmica e não-manifestada Mente Primordial.

 

            Agora, o pensamento é a alma ou essência da ação, e o universo cósmico é produzido quando Aquela Mente trabalha para fazer emergir as Idéias, pois essas compõem a existência. E como existe apenas uma Substância a partir da qual todas as coisas são feitas, o universo, em última análise, consiste da própria Substância de Deus e é, portanto, inerentemente divino.

 

NOTAS

 

(11:*) N.T.: Essa numeração indica os parágrafos no original, em inglês.

(12:1) Clothed With the Sun (Vestida com o Sol), Part II, Nº VI.

 

 

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