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Tradução: Daniel M. Alves

Revisão e edição: Arnaldo Sisson Filho

[Embora o texto em inglês seja de domínio público, a tradução não é. Esse arquivo pode ser usado para qualquer propósito não comercial, desde que essa notificação de propriedade seja deixada intacta.]

 

 

(p. 87)

CAPÍTULO XXXIV

 

SOBRE AS VIDAS ANTERIORES DE JESUS (1)

 

            HOJE pela manhã, entre o sono e o despertar, eu me vi junto a várias pessoas, caminhando com Jesus nos campos em volta de Jerusalém. Enquanto ele nos falava um homem se aproximou, o qual olhava para ele muito intensamente. Jesus virou para nós e disse: – “Este homem que vocês vêm se aproximar é um vidente. Ele pode observar as vidas passadas de um homem olhando para o seu rosto.” E então, quando o homem chegou até nós, Jesus o pegou pela mão e disse: – “O que observas?” E o homem respondeu: “Vejo o vosso passado, Senhor Jesus, e os caminhos pelos quais viestes.” E Jesus lhe disse, “Prossiga”. E então o homem falou a Jesus que polia vê-lo no passado ao longo de muitas eras pretéritas. Mas de todas que mencionou, lembro-me apenas de uma encarnação, ou, talvez, apenas uma delas me causou forte impressão, e esta foi a de Isaac. E quando o homem seguiu falando e enumerando as encarnações que via, Jesus passou sua mão direita duas ou três vezes na frente dos olhos dele, e disse: – “É o bastante”, como se não quisesse que ele fizesse outras revelações. Então, dei um passo à frente dos demais e disse: – “Senhor, se, conforme nos ensinastes, a mulher é a mais elevada forma da humanidade, e a última a ser assumida, por que razão vós, o Cristo, ainda estás na forma inferior de homem? Por que não viestes levar a vida perfeita, e assim salvar o mundo como mulher?

(p. 88)

Pois, certamente, atingistes a condição de mulher.” E Jesus respondeu: – “Atingi a condição de mulher, como dissestes; e já tomei a forma de mulher. Mas há três condições sob as quais a alma retorna sob a forma de homem: e elas são as seguintes: –

            “1ª. Quando o trabalho a que o Espírito se propõe realizar é de uma natureza inadequada para a forma feminina.

            “2ª. Quando o Espírito falhou em adquirir, no grau necessário à perfeição, certos atributos especiais do caráter masculino.

            “3ª. Quando o Espírito cometeu transgressão, e regrediu no caminho da perfeição, pela degradação da condição de mulher que tinha atingido.

            “No primeiro desses casos o retorno à forma masculina é apenas externo e superficial. Esse é o meu caso. Sou uma mulher em tudo exceto quanto ao corpo. Mas, se o meu corpo fosse de mulher, eu não poderia ter levado a vida necessária ao trabalho que tenho que executar. Não poderia ter trilhado os duros caminhos da terra, nem ter andado de cidade em cidade pregando, nem ter jejuado nas montanhas, nem ter cumprido minha missão de pobreza e de labor. Portanto, eu sou – uma mulher – vestida de um corpo de homem para que eu pudesse estar apto a realizar o trabalho que me foi dado.

            “O segundo caso é aquele de uma alma que, tendo sido mulher, talvez por muitas vezes, adquiriu, melhor e mais prontamente, as qualidades mais elevadas da condição de mulher do que as qualidades inferiores da condição de homem. Tal alma é carente de energia, firmeza, daquele particular atributo do Espírito que o profeta associa ao Senhor quando diz, ‘O Senhor é um Homem guerreiro’. Portanto, a alma é reconduzida à forma masculina para adquirir as qualidades que ainda lhe faltam.

            “O terceiro caso é o daquela alma que recaiu em padrões maléficos, que tendo quase alcançado a perfeição – talvez até a tocado – degrada e mancha sua veste branca, e é reconduzida à forma inferior. Esse é o caso mais comum; pois há poucas mulheres dignas da condição de mulher”.

Foi-me clara e positivamente assegurado que o incidente que assim me foi mostrado de fato ocorreu, e que tomei parte nele, embora nenhum registro disso tenha sobrevivido.

 

NOTAS

 

(87:1) Paris, 7 de Fevereiro de 1880. Mencionado em Life of Anna Kingsford, Vol. I, pp. 336-338. 

 

 

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