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(p. 70)
CAPÍTULO XXVII
SOBRE O PANTEÍSMO CRISTÃO (3)
1. (*) A CRUCIFICAÇÃO de Jesus foi um fato real, mas ela também teve uma significação espiritual; e é a esse significado espiritual, e não ao fato físico, que todos os escritos místicos dos cristãos se referem.
2. A verdade fundamental que está contida na crucificação é o Panteísmo. Deus está em todas as criaturas; e o estágio de purificação pelo fogo, pelo do qual todos os seres estão agora passando, é a crucificação de Deus.
(p. 71)
Jesus, por ser o mais perfeito dos iniciados, é escolhido pelos místicos cristãos como aquele que representa Deus. Jesus é para eles o que Buda é para os místicos budistas: Deus manifestado na carne. Em sua crucificação, portanto, ele é símbolo e modelo da contínua crucificação de Deus em suas criaturas que sofrem, cuja crucificação é o meio e a causa de sua purificação, e assim de sua redenção.
“Estas”, Deus o diz, “são as feridas que recebi na casa de Meus amigos.” (1) O que significa, “Estou ferido no corpo ou pessoa de todas as Minhas criaturas – as quais estão ligadas a Mim.” Pois “a casa de Meus amigos” não é senão a frase mística para designar o templo dos corpos dos demais.
“Entrai vós em minha casa, Ó Senhor!” clama a alma santa que deseja ser visitada – enquanto no corpo – pela Presença Divina. E o Homem-Deus, mostrando suas cinco feridas místicas aos Anjos, assim proclama: “Estas são as feridas de Minha crucificação, nas quais Eu sou continuamente ferido nas pessoas daqueles que são Meus. Pois Eu e Meus irmãos somos um, assim como Deus é Um em Mim”.
NOTAS
(70:*) N.T.: Essa numeração indica os parágrafos no original, em inglês.
(70:3) Recebida durante o sono. Paris, 22 de junho de 1879. Mencionada em Life of Anna Kingsford, Vol. I, pp. 305, 309-310.
(71:1) Zacarias 13:6. A julgar pelo contexto, ou a passagem está corrompida, ou a citação advém de alguma Escritura não mais existente. E.M.
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