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(p. lxix)
PREFÁCIO PARA A SEGUNDA EDIÇÃO (REVISADA)
__________________________
COMO os escritores – mais
propriamente do que os autores – desse livro, resolvemos aproveitar a oportunidade dessa Edição para
fazer um sucinto relato da natureza e importância dessa obra, a fim de torná-la
mais prontamente compreensível e de satisfazer vários questionamentos a seu
respeito.
O Caminho Perfeito não se trata de uma
invenção nem de uma compilação, mas, primeiro, de uma descoberta e, segundo, de
um resgate. Significa uma descoberta porque é o resultado de
uma tentativa – a qual se provou bem sucedida, em vista do seu resultado final –
de conhecer definitivamente, por meio de experiência direta, a natureza e o
método da existência. E significa um resgate porque o sistema nele
proposto provou ser aquele que constitui a doutrina fundamental e secreta de
todas as grandes religiões da Antigüidade, incluindo o Cristianismo – a doutrina
comumente chamada de Gnosis,
e de outro modo intitulada de Hermética e Cabalista.
Ainda num outro sentido O Caminho Perfeito significa um resgate, e também – para nós
mesmos – uma descoberta, uma vez que se deu de forma independente de qualquer
conhecimento anterior de nossa parte. Aqui nos referimos à faculdade utilizada. Pois os conhecimentos envolvidos,
(p. lxx)
embora verificados por pesquisas subseqüentes feitas da
maneira comum, foram obtidos somente por meio da faculdade que consiste na
percepção e na lembrança do tipo chamado intuicional e psíquico e, portanto, pelo método que tem sido
reconhecido em todas as eras como o meio de acesso a conhecimentos
transcendentais e divinos. Estando plenamente descrita no livro (p.ex.,
Conferência I, par. 4-18; Apêndice III, Parte 1 etc.), essa
faculdade
não necessita de nenhuma outra definição adicional aqui. No entanto, é
necessário fazer a seguinte declaração em relação a ela: – Que o valor do
resgate dos conhecimentos envolvidos, embora grandioso em vista da importância e
do interesse inerentes ao assunto, fica muito acrescido pela maneira de sua
realização. Pois, por mais importante que seja conhecermos as conclusões da
sabedoria antiga acerca dos tópicos mais relevantes, e reconhecermos a sua
excelência lógica, é ainda muito mais importante conhecermos sua verdade, uma
vez que ela envolve a natureza e o destino do homem em todos os tempos. É essa
questão suprema que encontra solução satisfatória no presente caso. Se o resgate
tivesse sido feito da maneira comum, isto é, através do exame de escritos
esquecidos, ou através da descoberta de escritos perdidos, métodos que por mais
bem sucedidos que fossem, teriam sido totalmente inadequados em vista dos
resultados de fato alcançados – nenhum passo se teria avançado em direção à
verificação das doutrinas envolvidas. Enquanto que, nesse caso, quer para nós
mesmos, quer para todos aqueles que junto conosco são conhecedores da gênese
desse livro, e que também são suficientemente maduros no que diz respeito à
consciência espiritual para poder aceitar os fatos – ou seja, para todos os que sabem suficientemente, ao ponto de
serem capazes de acreditar – o livro constitui, por si mesmo,
(p. lxxi)
uma absoluta confirmação de seu próprio ensinamento
e, por isso mesmo, da Gnosis
recuperada. Pois, sendo ele devido à percepção e à recordação
intuicionais – faculdades exercidas de maneira completamente independente
do organismo físico – ele demonstra a natureza essencialmente espiritual da
existência; a realidade da alma como o verdadeiro ego; os múltiplos
renascimentos desse ego dentro de condições materiais; sua continuidade através
de todas as mudanças de forma e estado; e sua habilidade, enquanto ainda no
corpo, de recuperar e comunicar os conhecimentos que adquiriu, nas longas
eras de seu passado como uma entidade individualizada, a respeito de
Deus, do universo e de si mesmo. A respeito de todas essas experiências, das
quais esse livro é o resultado – embora elas mesmas sejam raramente mencionadas
– elas foram tais, tanto em espécie, quanto em quantidade, que considerá-las e
ao mundo a elas relacionado como ilusórios, seria ficarmos sem base para
acreditar na genuinidade de qualquer experiência, ou de qualquer mundo, seja ele
qual for. Não é, no entanto, sobre um testemunho meramente pessoal ou
extrínseco, que repousa a exortação em favor desse livro, mas sobre aquilo que é
intrínseco, e passível de apreciação por todos aqueles que possuem uma cognição
inteligente dos assuntos envolvidos.
Esse livro está planejado, principalmente, para atender às circunstâncias
peculiares de nossa época – tão apropriadamente descritas pelo Sr.
Matthew Arnold, quando diz que “no presente momento há duas coisas a respeito da religião cristã
que devem ser óbvias para todas as pessoas de discernimento; a primeira, que os
homens não podem viver sem ela; e a segunda, que eles não podem viver com ela
(p. lxxii)
assim como ela está”. Em uma época que se distingue,
tal como a de nossos dias, por pesquisas que tudo abrangem, análises exaustivas
e críticas abundantes, nenhum sistema religioso pode perdurar, a menos que seja
atrativo tanto ao lado intelectual, quanto ao lado devocional
da natureza humana. Atualmente a fé da cristandade está perecendo por conta de
um defeito radical no seu método de apresentação, através do qual ela é levada a
um perpétuo conflito com a ciência; e uma tarefa esgotante e indigna é imposta
aos seus seguidores, de um incessante esforço a fim de acompanhar os avanços dos
descobertas científicas, ou as oscilações da especulação científica. O método
por meio do qual aqui se tenta eliminar a incerteza e insegurança, assim
engendradas, consiste no estabelecimento destas três posições:
(1) Que os dogmas e símbolos da Cristandade são substancialmente idênticos
àqueles dos demais sistemas religiosos pretéritos.
(2) Que o verdadeiro plano das crenças religiosas reside, não onde a Igreja o
colocou até agora – no sepulcro da tradição histórica, mas sim na própria mente
e coração do homem; não, por assim dizer, no objetivo e físico, mas no subjetivo
e espiritual; e seu apelo não é para os sentidos, mas para a alma. E,
(3) Que assim vista e devidamente interpretada, a doutrina cristã representa com
exatidão científica os fatos da história espiritual do homem.
É verdade que muitos homens renomados pela devoção e pelo conhecimento, pilares
– assim considerados – da fé, têm denunciado como sendo
herética ou ímpia no mais alto
grau, a prática do que eles chamam de
(p.
lxxiii)
“distorcer as Escrituras de seu significado óbvio”.
Mas sua denúncia de heresia inclui não somente as principais daquelas “luzes
menores”, os Pais do Cristianismo e os Comentadores do Judaísmo, mas também
aquelas “duas grandes luzes”, Jesus e Paulo, uma vez que cada um deles afirmou o
sentido místico das Escrituras, e o dever de subordinar a Letra ao Espírito, e
de buscar por detrás do véu pelo seu significado. O fato é que no seu uso
do termo “óbvio”, os literalistas evitam as questões envolvidas. Essas questões são: –
Para qual faculdade é óbvio o sentido das Escrituras, para a percepção exterior
ou para a percepção interior? E: – A qual dessas duas ordens de percepção
pertence a compreensão das coisas espirituais? Nada,
certamente, pode ser mais óbvio que a “heresia” de colocar de lado a descrição
que a Escritura Sagrada dá de si mesma, ao
imputar a si mesma falsidade, tolice, ou imoralidade, enquanto for considerada
sob o aspecto da aparência externa, tal qual é a letra.
[N.T.: A qual mata.] Para aqueles a quem esse volume representa, é
absolutamente óbvio que o sentido literal não é o sentido pretendido; e que
aqueles que insistem sobre aquele sentido incorrem na reprimenda feita por Paulo
quando, referindo-se ao véu que Moisés colocou sobre sua face, disse: “Pois suas mentes estavam cegas; pois até esse dia na leitura da antiga aliança
o mesmo véu permanece sem ser levantado. Mesmo até esse dia o véu está sobre
seus corações.”
Tentaremos sinteticamente mostrar os princípios dessa conclusão. A primeira
lição a ser aprendida na escola da filosofia é a verdade que a mente pode
apreender e
(p. lxxiv)
assimilar somente aquilo que se
apresenta mentalmente. Em outras palavras, o objetivo precisa ser traduzido no
subjetivo antes que possa se tornar alimento para a parte espiritual do homem. A
verdade nunca é fenomênica, mas sempre metafísica. Os sentidos apreendem e estão
conectados com os fenômenos. Mas os sentidos representam apenas a parte física
do homem, e não aquele ser ao qual o filósofo se refere quando fala do Homem.
Esse, o verdadeiro ego, não pode entrar em relação com, ou levar em conta
acontecimentos e pessoas os quais se apresentam apenas fenomênica e
objetivamente. Desse modo, eles são apenas veículos e símbolos por meio dos
quais verdades, princípios e processos são transmitidos para a compreensão
subjetiva – os hieróglifos, por assim dizer, nos quais esses são representados.
Pertencendo ao tempo e à matéria, pessoas e eventos estão – em seu aspecto
fenomênico – relacionados apenas ao homem exterior e perecível; enquanto que
princípios e verdades, sendo ônticos
(“noumênicos”) e eternos, são cognoscíveis somente por
aquilo no homem que, sendo também ôntico (“noumênico”) e eterno, é de natureza semelhante a eles, isto
é, sua parte subjetiva e espiritual. Pois o que apreende e aquilo que é
apreendido devem pertencer à mesma categoria. E assim como o primeiro é,
necessariamente, o princípio puramente racional no homem, o último também deve
ser puramente racional. Por essa razão, portanto, com o intuito de manter sua
própria espiritualidade, a religião deve – como Schelling chama a atenção – sempre apresentar-se
esotericamente em princípios universais e
(p. lxxv)
que, enquanto enxergarmos a verdade religiosa como
essencialmente constituída e dependente de causas e efeitos pertencentes ao
plano físico, ainda não apreendemos sua natureza real, e estamos inconscientes e
não iluminados espiritualmente. Aquilo que é verdadeiro na religião é apenas
para o espírito.
A necessária subjetividade da verdade foi afirmada também por Kant, que
considerava o elemento histórico nas Escrituras como sendo indiferente, e
declarou que a transição do Credo em uma fé puramente espiritual seria o advento
do reino de Deus. Da mesma forma o místico Weigeilius
(1650 d.C.) diz que, para ser eficiente para a salvação,
aquilo
que está divinamente escrito em relação ao Cristo no plano objetivo deve ser
transferido para o plano subjetivo, e substancializado no indivíduo, sendo
interiormente realizado por ele. E o devoto e culto tradutor dos livros
Herméticos, Doutor Everard, escreve: – “Digo que não
existe uma palavra (das Escrituras) verdadeira de acordo com a letra. Contudo,
digo que toda palavra, toda sílaba, cada letra é verdadeira. Mas elas são verdadeiras tal como Ele que as pronunciou as concebia; elas
são verdadeiras tais como Deus as pretendia, não como os homens as tomam.” (Gospel Treasury Opened, A.D. 1659).
A razão é que a matéria e seus atributos constituem apenas o termo intermediário
em uma série, da qual o Alfa e o Ômega são espírito. O mundo dos últimos efeitos, assim como aquele
das causas últimas, é espiritual; e nenhuma finalidade pode pertencer ao plano
de seus termos intermediários, sendo esse um plano apenas de transição. O
absoluto é, em primeiro lugar, pensamento puro e abstrato. Ele é, a seguir, uma
heterização
[N.T.: De hétero – diferente; uma
diferenciação.] daquele pensamento, pela
fragmentação no atomismo do tempo e do espaço, ou projeção na natureza, um
processo
(p. lxxvi)
pelo qual, a partir de ser não-molecular, ele
torna-se molecular. Na terceira etapa, ele retorna dessa condição de
auto-externalização e auto-alienação de volta para si mesmo, resolvendo a heterização
(diferenciação) da natureza, tornando-se novamente subjetivo e – como somente
desse modo pode tornar-se – auto-cognitivo. [N.T.: Auto-consciente, auto-realizado.] Isso – conforme formulado por Hegel – é, sob a manifestação, o processo
dos entes universais; e tal é, necessariamente, o processo também das coisas
particulares, que são o produto dos entes universais. Por essa razão, o homem,
como microcosmo, deve imitar, e identificar a si mesmo com o macrocosmo, e
subjetivar, ou espiritualizar, sua experiência antes que ele possa relacioná-la
com aquele princípio último de si mesmo, o qual constitui o ego, ou o ser.
Uma visão de religião como essa, no entanto, é obviamente incompreensível, a não
ser para as pessoas cultas e desenvolvidas: seus termos, do mesmo modo que suas
idéias, estão além da capacidade das pessoas
(p.
lxxvii)
(...) Mas não vos
pude falar como a homens espirituais, mas tão somente
como a homens carnais, como a crianças (bebês)
Então, para esses – os incultos e não desenvolvidos – a Igreja deve continuar a
falar com a face velada, em parábolas e símbolos. Nosso apelo é para aqueles que, tendo atingido sua maioridade
intelectual e espiritual, colocaram de lado as coisas infantis, e que, portanto
– ao invés de se contentarem com a casca superficial da letra, e ignorarem o
espírito em função da forma, ou o limitarem pela forma – são impelidos pela
própria necessidade de suas naturezas a buscar o que está por detrás do véu, e a
ler o espírito através da forma, a fim de que “com a face desnuda eles possam
ver a glória do Senhor, e serem transformados na sua própria imagem”. Os
que estão assim maduros irão aprender nessas páginas o que é a Realidade a qual
apenas a Mente pode apreender; e compreenderão que ela não pertence ao plano
objetivo e fenomênico da história mundana, mas ao plano subjetivo e
ôntico
(“noumênico”) de suas próprias almas, onde ao procurar
eles verão realizado o processo de Queda, Exílio, Encarnação, Redenção,
Ressurreição, Ascensão, a vinda do Espírito Santo, e – como conseqüência – a
realização do Nirvana, a “paz que ultrapassa o entendimento”. Para aqueles assim
iniciados a mente não mais está preocupada com a história; o fenomênico passa a
ser reconhecido como o ilusório – uma sombra projetada pelo Real, a qual não
possui substância em si mesma, e é apenas um acidente do Real. Uma coisa é e
perdura – a Alma no homem – Mãe de Deus, imaculada; descendo – como Eva – para a
matéria e procriação; elevando-se – como Maria – para além
(p.
lxxviii)
da matéria na vida eterna. Um estado, supremo e
perfeito, representa e resume todos os demais – o estado de Cristo, prometido na
aurora da evolução; revelado no seu processo; e glorificado na sua consumação.
Realizar a assunção de Maria, alcançar a estatura de seu Filho – tais são as
metas e aspirações que constituem o desejo do iluminado. E foi com o intuito de
indicá-los novamente, bem como o método de buscá-los inteligentemente, que esse
livro foi escrito.
Esse prefácio pode – ao que nos parece – apropriadamente encerrar-se com um
testemunho da admiração que O
Caminho Perfeito conquistou de pessoas especialmente qualificadas para
julgá-lo. O comunicado que segue foi
selecionado dentre numerosos outros com atitude semelhante, advindos, não apenas
de várias partes do mundo, mas de membros de várias raças, nacionalidades e
crenças, mostrando que nosso livro já está realizando amplamente sua missão como
um Eirenicon.
[N.T.: Eirenicon:
Obra escrita pelo Rev. E.B Pusey,
em três partes (1865-70), sendo uma tentativa de encontrar uma base comum para a
reunificação do Catolicismo Romano e da Igreja Anglicana.]
O veterano estudante da “ciência divina”
[N.T.: Barão Giuseppe Spedalieri.], sobre o qual a referência como o amigo, discípulo, e sucessor literário
do renomado mago, o finado Abbé
[N.T.: Abade.] Constant (“Elifas
Levi”), será para todos os iniciados uma indicação suficiente de sua
personalidade, assim nos escreveu:
“Assim como com as correspondentes Escrituras do passado, o destaque a favor de seu livro é, realmente, de milagres: mas com a diferença que no seu caso os milagres são
(p. lxxix)
intelectuais e incapazes de simulação, sendo milagres de interpretação. E eles
possuem a distinção adicional de não cometer nenhum atentado violento ao bom
senso ao infringir as possibilidades da Natureza; ao mesmo
tempo que
eles estão em completo acordo com todas as tradições místicas, e especialmente
com a grande Mãe destas – a Cabala. Que milagres, tais como os que estou
descrevendo, devem ser encontrados
“E aqui, apropos dessas célebres Escrituras, permitam-me oferecer-lhes
algumas observações sobre a Cabala conforme a temos. É minha opinião:
“(1) Que essa tradição está longe de ser genuína, tal como era em
sua emergência original dos santuários.
“(2) Que quando Guillaume Postel – de excelente memória – e seus irmãos
Hermetistas da alta Idade Média – o Abade Trithemius
e outros – predisseram que esses livros sagrados dos hebreus deveriam tornar-se
conhecidos e compreendidos no final da era, e especificaram o presente tempo
para aquele evento, eles não queriam dizer que tal conhecimento deveria estar
limitado à mera divulgação dessas particulares Escrituras, mas que teria por
base uma nova iluminação, a qual deveria eliminar daquelas tudo o que foi
ignorantemente ou propositadamente introduzido, e deveria reunificar aquela
grande tradição com a sua fonte ao restaurá-la em toda a sua pureza.
“(3) Que essa iluminação recém foi realizada, e foi manifestada
(p. lxxx)
complementado por novas
intuições, tais que apresentam um corpo de doutrina ao mesmo tempo completo,
homogêneo, lógico e inexpugnável.
“Uma vez que toda a tradição se encontra assim recuperada ou
restaurada na sua pureza original, as profecias de Postel etc., estão cumpridas, e considero que daqui para
frente o estudo da Cabala será apenas um objeto de curiosidade e erudição como
aquele das antigüidades
hebraicas.
“A humanidade tem sempre e em todos os lugares se perguntado estas três supremas
questões: – De onde viemos? O que somos? Para onde vamos? Pois bem, essas três
questões encontram uma ampla resposta, completa, satisfatória, e consoladora,
Uma vez que o segredo inicialmente observado [N.T.: Quanto à identidade
dos autores na edição original, a qual foi publicada anonimamente.], mesmo que ainda fosse desejável, não é mais
praticável, adicionamos os nossos nomes à frente da obra.
NATAL, 1886.
(*) Esse julgamento
não diz respeito à forma de apresentação, com relação à qual quaisquer defeitos
são de nossa responsabilidade. [N.T.: Dos autores.]
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