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PREFÁCIO PARA A SEGUNDA EDIÇÃO (REVISADA)

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              COMO os escritores – mais propriamente do que os autores – desse livro, resolvemos aproveitar a oportunidade dessa Edição para fazer um sucinto relato da natureza e importância dessa obra, a fim de torná-la mais prontamente compreensível e de satisfazer vários questionamentos a seu respeito.

              O Caminho Perfeito não se trata de uma invenção nem de uma compilação, mas, primeiro, de uma descoberta e, segundo, de um resgate. Significa uma descoberta porque é o resultado de uma tentativa – a qual se provou bem sucedida, em vista do seu resultado final – de conhecer definitivamente, por meio de experiência direta, a natureza e o método da existência. E significa um resgate porque o sistema nele proposto provou ser aquele que constitui a doutrina fundamental e secreta de todas as grandes religiões da Antigüidade, incluindo o Cristianismo – a doutrina comumente chamada de Gnosis, e de outro modo intitulada de Hermética e Cabalista.

              Ainda num outro sentido O Caminho Perfeito significa um resgate, e também – para nós mesmos – uma descoberta, uma vez que se deu de forma independente de qualquer conhecimento anterior de nossa parte. Aqui nos referimos à faculdade utilizada. Pois os conhecimentos envolvidos,

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embora verificados por pesquisas subseqüentes feitas da maneira comum, foram obtidos somente por meio da faculdade que consiste na percepção e na lembrança do tipo chamado intuicional e psíquico e, portanto, pelo método que tem sido reconhecido em todas as eras como o meio de acesso a conhecimentos transcendentais e divinos. Estando plenamente descrita no livro (p.ex., Conferência I, par. 4-18; Apêndice III, Parte 1 etc.), essa faculdade não necessita de nenhuma outra definição adicional aqui. No entanto, é necessário fazer a seguinte declaração em relação a ela: – Que o valor do resgate dos conhecimentos envolvidos, embora grandioso em vista da importância e do interesse inerentes ao assunto, fica muito acrescido pela maneira de sua realização. Pois, por mais importante que seja conhecermos as conclusões da sabedoria antiga acerca dos tópicos mais relevantes, e reconhecermos a sua excelência lógica, é ainda muito mais importante conhecermos sua verdade, uma vez que ela envolve a natureza e o destino do homem em todos os tempos. É essa questão suprema que encontra solução satisfatória no presente caso. Se o resgate tivesse sido feito da maneira comum, isto é, através do exame de escritos esquecidos, ou através da descoberta de escritos perdidos, métodos que por mais bem sucedidos que fossem, teriam sido totalmente inadequados em vista dos resultados de fato alcançados – nenhum passo se teria avançado em direção à verificação das doutrinas envolvidas. Enquanto que, nesse caso, quer para nós mesmos, quer para todos aqueles que junto conosco são conhecedores da gênese desse livro, e que também são suficientemente maduros no que diz respeito à consciência espiritual para poder aceitar os fatos – ou seja, para todos os que sabem suficientemente, ao ponto de serem capazes de acreditar – o livro constitui, por si mesmo,

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uma absoluta confirmação de seu próprio ensinamento e, por isso mesmo, da Gnosis recuperada. Pois, sendo ele devido à percepção e à recordação intuicionais – faculdades exercidas de maneira completamente independente do organismo físico – ele demonstra a natureza essencialmente espiritual da existência; a realidade da alma como o verdadeiro ego; os múltiplos renascimentos desse ego dentro de condições materiais; sua continuidade através de todas as mudanças de forma e estado; e sua habilidade, enquanto ainda no corpo, de recuperar e comunicar os conhecimentos que adquiriu, nas longas eras de seu passado como uma entidade individualizada, a respeito de Deus, do universo e de si mesmo. A respeito de todas essas experiências, das quais esse livro é o resultado – embora elas mesmas sejam raramente mencionadas – elas foram tais, tanto em espécie, quanto em quantidade, que considerá-las e ao mundo a elas relacionado como ilusórios, seria ficarmos sem base para acreditar na genuinidade de qualquer experiência, ou de qualquer mundo, seja ele qual for. Não é, no entanto, sobre um testemunho meramente pessoal ou extrínseco, que repousa a exortação em favor desse livro, mas sobre aquilo que é intrínseco, e passível de apreciação por todos aqueles que possuem uma cognição inteligente dos assuntos envolvidos.

              Esse livro está planejado, principalmente, para atender às circunstâncias peculiares de nossa época – tão apropriadamente descritas pelo Sr. Matthew Arnold, quando diz que “no presente momento há duas coisas a respeito da religião cristã que devem ser óbvias para todas as pessoas de discernimento; a primeira, que os homens não podem viver sem ela; e a segunda, que eles não podem viver com ela

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assim como ela está”. Em uma época que se distingue, tal como a de nossos dias, por pesquisas que tudo abrangem, análises exaustivas e críticas abundantes, nenhum sistema religioso pode perdurar, a menos que seja atrativo tanto ao lado intelectual, quanto ao lado devocional da natureza humana. Atualmente a fé da cristandade está perecendo por conta de um defeito radical no seu método de apresentação, através do qual ela é levada a um perpétuo conflito com a ciência; e uma tarefa esgotante e indigna é imposta aos seus seguidores, de um incessante esforço a fim de acompanhar os avanços dos descobertas científicas, ou as oscilações da especulação científica. O método por meio do qual aqui se tenta eliminar a incerteza e insegurança, assim engendradas, consiste no estabelecimento destas três posições:

              (1) Que os dogmas e símbolos da Cristandade são substancialmente idênticos àqueles dos demais sistemas religiosos pretéritos.

              (2) Que o verdadeiro plano das crenças religiosas reside, não onde a Igreja o colocou até agora – no sepulcro da tradição histórica, mas sim na própria mente e coração do homem; não, por assim dizer, no objetivo e físico, mas no subjetivo e espiritual; e seu apelo não é para os sentidos, mas para a alma. E,

              (3) Que assim vista e devidamente interpretada, a doutrina cristã representa com exatidão científica os fatos da história espiritual do homem.

              É verdade que muitos homens renomados pela devoção e pelo conhecimento, pilares – assim considerados – da fé, têm denunciado como sendo herética ou ímpia no mais alto grau, a prática do que eles chamam de

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distorcer as Escrituras de seu significado óbvio”. Mas sua denúncia de heresia inclui não somente as principais daquelas “luzes menores”, os Pais do Cristianismo e os Comentadores do Judaísmo, mas também aquelas “duas grandes luzes”, Jesus e Paulo, uma vez que cada um deles afirmou o sentido místico das Escrituras, e o dever de subordinar a Letra ao Espírito, e de buscar por detrás do véu pelo seu significado. O fato é que no seu uso do termo “óbvio”, os literalistas evitam as questões envolvidas. Essas questões são: – Para qual faculdade é óbvio o sentido das Escrituras, para a percepção exterior ou para a percepção interior? E: – A qual dessas duas ordens de percepção pertence a compreensão das coisas espirituais? Nada, certamente, pode ser mais óbvio que a “heresia” de colocar de lado a descrição que a Escritura Sagrada dá de si mesma, ao imputar a si mesma falsidade, tolice, ou imoralidade, enquanto for considerada sob o aspecto da aparência externa, tal qual é a letra. [N.T.: A qual mata.] Para aqueles a quem esse volume representa, é absolutamente óbvio que o sentido literal não é o sentido pretendido; e que aqueles que insistem sobre aquele sentido incorrem na reprimenda feita por Paulo quando, referindo-se ao véu que Moisés colocou sobre sua face, disse: “Pois suas mentes estavam cegas; pois até esse dia na leitura da antiga aliança o mesmo véu permanece sem ser levantado. Mesmo até esse dia o véu está sobre seus corações.

              Tentaremos sinteticamente mostrar os princípios dessa conclusão. A primeira lição a ser aprendida na escola da filosofia é a verdade que a mente pode apreender e

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assimilar somente aquilo que se apresenta mentalmente. Em outras palavras, o objetivo precisa ser traduzido no subjetivo antes que possa se tornar alimento para a parte espiritual do homem. A verdade nunca é fenomênica, mas sempre metafísica. Os sentidos apreendem e estão conectados com os fenômenos. Mas os sentidos representam apenas a parte física do homem, e não aquele ser ao qual o filósofo se refere quando fala do Homem. Esse, o verdadeiro ego, não pode entrar em relação com, ou levar em conta acontecimentos e pessoas os quais se apresentam apenas fenomênica e objetivamente. Desse modo, eles são apenas veículos e símbolos por meio dos quais verdades, princípios e processos são transmitidos para a compreensão subjetiva – os hieróglifos, por assim dizer, nos quais esses são representados. Pertencendo ao tempo e à matéria, pessoas e eventos estão – em seu aspecto fenomênico – relacionados apenas ao homem exterior e perecível; enquanto que princípios e verdades, sendo ônticos (“noumênicos”) e eternos, são cognoscíveis somente por aquilo no homem que, sendo também ôntico (“noumênico”) e eterno, é de natureza semelhante a eles, isto é, sua parte subjetiva e espiritual. Pois o que apreende e aquilo que é apreendido devem pertencer à mesma categoria. E assim como o primeiro é, necessariamente, o princípio puramente racional no homem, o último também deve ser puramente racional. Por essa razão, portanto, com o intuito de manter sua própria espiritualidade, a religião deve – como Schelling chama a atenção – sempre apresentar-se esotericamente em princípios universais e em mistérios. De outro modo, se for dependente para sua existência da continuidade de um ambiente meramente físico e sensório, ela se torna tão evanescente quanto esse ambiente. Do que se segue

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que, enquanto enxergarmos a verdade religiosa como essencialmente constituída e dependente de causas e efeitos pertencentes ao plano físico, ainda não apreendemos sua natureza real, e estamos inconscientes e não iluminados espiritualmente. Aquilo que é verdadeiro na religião é apenas para o espírito.

              A necessária subjetividade da verdade foi afirmada também por Kant, que considerava o elemento histórico nas Escrituras como sendo indiferente, e declarou que a transição do Credo em uma fé puramente espiritual seria o advento do reino de Deus. Da mesma forma o místico Weigeilius (1650 d.C.) diz que, para ser eficiente para a salvação, aquilo que está divinamente escrito em relação ao Cristo no plano objetivo deve ser transferido para o plano subjetivo, e substancializado no indivíduo, sendo interiormente realizado por ele. E o devoto e culto tradutor dos livros Herméticos, Doutor Everard, escreve: – “Digo que não existe uma palavra (das Escrituras) verdadeira de acordo com a letra. Contudo, digo que toda palavra, toda sílaba, cada letra é verdadeira. Mas elas são verdadeiras tal como Ele que as pronunciou as concebia; elas são verdadeiras tais como Deus as pretendia, não como os homens as tomam.” (Gospel Treasury Opened, A.D. 1659).

              A razão é que a matéria e seus atributos constituem apenas o termo intermediário em uma série, da qual o Alfa e o Ômega são espírito. O mundo dos últimos efeitos, assim como aquele das causas últimas, é espiritual; e nenhuma finalidade pode pertencer ao plano de seus termos intermediários, sendo esse um plano apenas de transição. O absoluto é, em primeiro lugar, pensamento puro e abstrato. Ele é, a seguir, uma heterização [N.T.: De hétero – diferente; uma diferenciação.] daquele pensamento, pela fragmentação no atomismo do tempo e do espaço, ou projeção na natureza, um processo

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pelo qual, a partir de ser não-molecular, ele torna-se molecular. Na terceira etapa, ele retorna dessa condição de auto-externalização e auto-alienação de volta para si mesmo, resolvendo a heterização (diferenciação) da natureza, tornando-se novamente subjetivo e – como somente desse modo pode tornar-se – auto-cognitivo. [N.T.: Auto-consciente, auto-realizado.] Isso – conforme formulado por Hegel – é, sob a manifestação, o processo dos entes universais; e tal é, necessariamente, o processo também das coisas particulares, que são o produto dos entes universais. Por essa razão, o homem, como microcosmo, deve imitar, e identificar a si mesmo com o macrocosmo, e subjetivar, ou espiritualizar, sua experiência antes que ele possa relacioná-la com aquele princípio último de si mesmo, o qual constitui o ego, ou o ser.

              Uma visão de religião como essa, no entanto, é obviamente incompreensível, a não ser para as pessoas cultas e desenvolvidas: seus termos, do mesmo modo que suas idéias, estão além da capacidade das pessoas em geral. O presente livro, portanto, e o trabalho que ele inaugura, estão direcionados à classe primeiro mencionada: – para pessoas de cultura e pensamento, as quais, reconhecendo os defeitos da crença popular, abandonaram, como sendo algo impossível, a tentativa de sistematizá-la e de relacioná-la com as suas necessidades mentais. Nunca poderá existir uma apresentação de religião igualmente adequada a todas as classes e castas de homens; e a tentativa da Igreja de realizar essa impossibilidade tem, necessariamente, resultado na alienação daqueles que são incapazes de aceitar o material [N.T.: Também o alimento.] rudimentar e grosseiro oferecido à multidão. Fazendo o papel de um Procrustes [N.T.: Na mitologia: Bandido que espichava ou amputava os membros dos viajantes para conformá-los ao tamanho de sua cama. Foi morto por Teseu.] com relação às coisas espirituais, ela tem tentado encaixar em um único padrão mentes de todos os tipos e dimensões, em total desrespeito à máxima apostólica: – “É realmente de sabedoria que falamos entre os plenamente adultos [N.T.: Os perfeitos.]

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(...) Mas não vos pude falar como a homens espirituais, mas tão somente como a homens carnais, como a crianças (bebês) em Cristo. Dei-vos de beber leite, não alimentos sólidos, pois não o podíeis suportar.” [N.T.: 2 Cor 2:6 e 3:1-2]

              Então, para esses – os incultos e não desenvolvidos – a Igreja deve continuar a falar com a face velada, em parábolas e símbolos. Nosso apelo é para aqueles que, tendo atingido sua maioridade intelectual e espiritual, colocaram de lado as coisas infantis, e que, portanto – ao invés de se contentarem com a casca superficial da letra, e ignorarem o espírito em função da forma, ou o limitarem pela forma – são impelidos pela própria necessidade de suas naturezas a buscar o que está por detrás do véu, e a ler o espírito através da forma, a fim de que “com a face desnuda eles possam ver a glória do Senhor, e serem transformados na sua própria imagem”. Os que estão assim maduros irão aprender nessas páginas o que é a Realidade a qual apenas a Mente pode apreender; e compreenderão que ela não pertence ao plano objetivo e fenomênico da história mundana, mas ao plano subjetivo e ôntico (“noumênico”) de suas próprias almas, onde ao procurar eles verão realizado o processo de Queda, Exílio, Encarnação, Redenção, Ressurreição, Ascensão, a vinda do Espírito Santo, e – como conseqüência – a realização do Nirvana, a “paz que ultrapassa o entendimento”. Para aqueles assim iniciados a mente não mais está preocupada com a história; o fenomênico passa a ser reconhecido como o ilusório – uma sombra projetada pelo Real, a qual não possui substância em si mesma, e é apenas um acidente do Real. Uma coisa é e perdura – a Alma no homem – Mãe de Deus, imaculada; descendo – como Eva – para a matéria e procriação; elevando-se – como Maria – para além

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da matéria na vida eterna. Um estado, supremo e perfeito, representa e resume todos os demais – o estado de Cristo, prometido na aurora da evolução; revelado no seu processo; e glorificado na sua consumação. Realizar a assunção de Maria, alcançar a estatura de seu Filho – tais são as metas e aspirações que constituem o desejo do iluminado. E foi com o intuito de indicá-los novamente, bem como o método de buscá-los inteligentemente, que esse livro foi escrito.

              Esse prefácio pode – ao que nos parece – apropriadamente encerrar-se com um testemunho da admiração que O Caminho Perfeito conquistou de pessoas especialmente qualificadas para julgá-lo. O comunicado que segue foi selecionado dentre numerosos outros com atitude semelhante, advindos, não apenas de várias partes do mundo, mas de membros de várias raças, nacionalidades e crenças, mostrando que nosso livro já está realizando amplamente sua missão como um Eirenicon. [N.T.: Eirenicon: Obra escrita pelo Rev. E.B Pusey, em três partes (1865-70), sendo uma tentativa de encontrar uma base comum para a reunificação do Catolicismo Romano e da Igreja Anglicana.]

              O veterano estudante da “ciência divina” [N.T.: Barão Giuseppe Spedalieri.], sobre o qual a referência como o amigo, discípulo, e sucessor literário do renomado mago, o finado Abbé [N.T.: Abade.] Constant (“Elifas Levi”), será para todos os iniciados uma indicação suficiente de sua personalidade, assim nos escreveu:
 

“Assim como com as correspondentes Escrituras do passado, o destaque a favor de seu livro é, realmente, de milagres: mas com a diferença que no seu caso os milagres são

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intelectuais e incapazes de simulação, sendo milagres de interpretação. E eles possuem a distinção adicional de não cometer nenhum atentado violento ao bom senso ao infringir as possibilidades da Natureza; ao mesmo tempo que eles estão em completo acordo com todas as tradições místicas, e especialmente com a grande Mãe destas – a Cabala. Que milagres, tais como os que estou descrevendo, devem ser encontrados em O Caminho Perfeito, em número e espécie não igualados, aqueles que são os mais qualificados para julgar serão os mais rápidos a afirmar.

            “E aqui, apropos dessas célebres Escrituras, permitam-me oferecer-lhes algumas observações sobre a Cabala conforme a temos. É minha opinião:

            “(1) Que essa tradição está longe de ser genuína, tal como era em sua emergência original dos santuários.

            (2) Que quando Guillaume Postel – de excelente memória – e seus irmãos Hermetistas da alta Idade Média – o Abade Trithemius e outros – predisseram que esses livros sagrados dos hebreus deveriam tornar-se conhecidos e compreendidos no final da era, e especificaram o presente tempo para aquele evento, eles não queriam dizer que tal conhecimento deveria estar limitado à mera divulgação dessas particulares Escrituras, mas que teria por base uma nova iluminação, a qual deveria eliminar daquelas tudo o que foi ignorantemente ou propositadamente introduzido, e deveria reunificar aquela grande tradição com a sua fonte ao restaurá-la em toda a sua pureza.

            “(3) Que essa iluminação recém foi realizada, e foi manifestada em O Caminho Perfeito. Pois nesse livro encontramos tudo o que há de verdade na Cabala,

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complementado por novas intuições, tais que apresentam um corpo de doutrina ao mesmo tempo completo, homogêneo, lógico e inexpugnável.

            “Uma vez que toda a tradição se encontra assim recuperada ou restaurada na sua pureza original, as profecias de Postel etc., estão cumpridas, e considero que daqui para frente o estudo da Cabala será apenas um objeto de curiosidade e erudição como aquele das antigüidades hebraicas.

            “A humanidade tem sempre e em todos os lugares se perguntado estas três supremas questões: – De onde viemos? O que somos? Para onde vamos? Pois bem, essas três questões encontram uma ampla resposta, completa, satisfatória, e consoladora, em O Caminho Perfeito. (*)

 

              Uma vez que o segredo inicialmente observado [N.T.: Quanto à identidade dos autores na edição original, a qual foi publicada anonimamente.], mesmo que ainda fosse desejável, não é mais praticável, adicionamos os nossos nomes à frente da obra.

 

              NATAL, 1886.

 

(*) Esse julgamento não diz respeito à forma de apresentação, com relação à qual quaisquer defeitos são de nossa responsabilidade. [N.T.: Dos autores.]

 

 

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