Índice Geral das Seções   Índice da Seção Atual   Índice da Obra   Anterior: 38 - Relatividade da Concepção de Verdade do Homem   Seguinte: 40 - Amor, o Solvente

 

 

Tradução: Daniel M. Alves –
Revisão e edição:
Arnaldo Sisson Filho
[Embora o texto em inglês seja de domínio público, a tradução não é. Esse arquivo pode ser usado para qualquer propósito não comercial, desde que essa notificação de propriedade seja deixada intacta.]

 

 

(p. 75)

TRIGÉSIMO NONO DIA

 

O Ministério do Sofrimento

 

           Espírito que fala: Sentimos muito pelo fato de você não praticar tudo o que nós o ensinamos, por se demonstrar egoísta, buscando atender seus próprios interesses, e por suas ações não estarem em harmonia com sua fé. Por que isso acontece? Você não consegue ver que falta vigor nesse tipo de vida, nessa evidente incoerência? Não é de leitura, nem de ensinamento que você precisa, e sim de prática!

 

           Pergunta: De que modo estou falhando?

 

           Resposta: Você falha sempre em relação ao amor; ao se relacionar com tudo ao seu redor, você falha no amor. Seus dias são planejados unicamente levando em conta a si mesmo, e àquilo que você em vão acredita ser seu adiantamento pessoal. Você admira o auto-sacrifício nos outros: mas cuidadosamente o evita em si mesmo. Você não pode ensinar o mundo antes que você próprio tenha aprendido. Nem traria qualquer benefício ao mundo aprender verdades que não estejam intimamente ligadas à ação e que não resultaram em ação na vida do Instrutor.

 

            Seus dias devem ser usados em fazer o bem, em tornar cada hora de sua vida de real serviço aos outros; primeiro para o pequeno círculo no qual você vive, e depois para um círculo maior fora de seu lar.

 

            Jamais leve em consideração o dinheiro; jamais permita sequer que ele tome muito do seu tempo, exceto demandas que sejam para auxiliar as vidas de outras pessoas, que estejam precisando do que ele pode dar.

 

(p. 76)

            Você pede para saber a respeito da pobreza, do sofrimento, e porque, nas vidas de muitos, ambos parecem ser males necessários; você pergunta se eles são verdadeiramente maléficos em seus efeitos sobre aqueles que padecem dessas coisas. Há uma razão profunda porque aqueles que nascem em ambientes de pobreza e sofrimento devam assim nascer, e tal razão se encontra nos antecedentes de seu desenvolvimento pretérito. Você pergunta: – “o sofrimento e as privações do corpo são necessários ao desenvolvimento da alma?” E você diz para si mesmo: – “se assim é, então, estarei liberado do penoso dever de prestar auxílio às vidas dessas pobres criaturas, cujo ambiente me é tão desagradável?” Ora, o sofrimento de qualquer espécie, suportado num espírito de rebeldia, de amargura e má vontade, e de não-compreensão de seu sagrado significado para a vida da alma, será de pouco valor para qualquer um. Enquanto que a atitude de boa vontade, ao fazer com que se manifestem as aspirações da alma, ao conduzi-la a esferas mais elevadas e puras, não apenas dá nova vida à alma, mas verdadeiramente redime e apazigua o sofrimento do corpo, e traz uma compreensão a respeito daquele próprio sofrimento, o que pode torná-lo de inestimável valor ao sofredor. Desse modo respondemos sua pergunta de sentido equivocado.

 

O que é o sofrimento? Pare um pouco e considere o sofrimento em seus diferentes elementos. Não é ele a não-adaptação do corpo àquilo que o cerca? Você sofre quando se esforça em prol dos outros, quando coloca seu corpo em ambientes desagradáveis; mas você sofre apenas porque sua alma não é forte o bastante para afirmar seu poder, sua supremacia sobre o corpo, e para adaptar o corpo aos ambientes em que se encontra.

 

Os animais e os homens sofrem pela falta de habilidade, pelo não-desenvolvimento da alma; a menos que, como no caso do Cristo Jesus, cujo sofrimento foi voluntariamente aceito para um propósito especial. Mas, mesmo nesse caso, ele “tornou-se perfeito através do sofrimento”.

 

            O último vestígio de vontade pessoal, em lugar da vontade de Deus, desapareceu na Cruz do Cristo Jesus; e a luta entre o princípio superior e o inferior em

(p. 77)

Jesus está vividamente descrita na imagem que vocês têm de sua agonia nos Jardim de Getsêmani. Contudo, mesmo Cristo teve de sofrer essas coisas para entrar em sua glória. Se os pobres e os que sofrem compreendessem o glorioso valor para a alma que reside na subordinação voluntária do corpo àquilo que deve ser, toda a sua atitude em relação ao sofrimento seria transformada, e nessa mudança viria o alívio do sofrimento, e o poder necessário para se elevar acima do sofrimento e para remodelar o seu ambiente.

 

            O sofrimento que é voluntário jamais é da mesma natureza sem esperança e desesperada do sofrimento contra o qual todo o ser se rebela. Para alguém cuja alma esteja cônscia dos benefícios que há no sofrimento, é de fato impossível tornar-se inteiramente ressentido, ou sentir o sofrimento tão dolorosamente.

 

Além desse há, certamente, muitos sofrimentos, dentre os quais estão os diretamente resultantes dos pecados contra o corpo, assim como dos pecados contra a alma. Tais são os sofrimentos induzidos pela intemperança, pelo vício, e por muitas formas de doença produzidas por ambientes não saudáveis.

 

 

Índice Geral das Seções   Índice da Seção Atual   Índice da Obra   Anterior: 38 - Relatividade da Concepção de Verdade do Homem   Seguinte: 40 - Amor, o Solvente