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VI.

 

A Bíblia Acusa o Sacerdotalismo

de Fazer Uso de Feitiçaria

 

 

            É ao Sacerdotalismo – tendo obtido domínio sobre o homem através da corrupção da “mulher”, a intuição, e agindo como agente dos poderes ocultos do mal – que a Bíblia, da forma em que é interpretada pelo “Novo Evangelho da Interpretação”, responsabiliza pelo sistema sacrificial o qual, exaltando um demônio para o lugar de Deus, transformou a Terra em um cenário de assassínio e tortura, e a história humana em um relato contínuo de agonia, desespero e loucura, em declarada propiciação de uma deidade que adora sangue.

 

            E é ao próprio Sacerdotalismo – com seus sistemas sociais criados e controlados por ele – a quem na verdade se referem os termos Baal, Moloch, Sodoma e Gomorra, Egito, Assíria, Tiro, Níneve e Babilônia. Os “reis” desses lugares simbolizam o elemento que domina o sistema do homem quando, ao se tornar inteiramente materialista e preso à natureza dos sentidos, e extremamente egoísta, ele renúncia aos princípios em favor do interesse próprio, e não reconhece nenhum direito que não seja o do mais forte.

 

            Esse elemento é o intelecto. No estado não caído da Igreja – quando ligada a uma intuição pura – o intelecto é o herdeiro de todas as coisas, erguendo o homem do pó da terra até o trono do Altíssimo. Assim o intelecto cumpre sua função apropriada e faz jus a seu nome apropriado, Lúcifer, o Portador da Luz, a brilhante estrela da manhã, o arauto e anunciador do dia perfeito do Senhor Deus.

 

            Mas no estado caído da Igreja – tendo renunciado ao Espírito e tendo sido corrompida a intuição – o intelecto se torna o “príncipe dos demônios” no homem, aquele que transforma a Terra em um inferno. E seu banimento do céu de seu poder, com o advento da Humanidade íntegra, sempre foi saudado por videntes e profetas com alegre antecipação, ao mesmo tempo em que esses lhe dispensaram as mais severas condenações pela miséria que ele trouxe à terra, tanto para o homem como para seus irmãos menos desenvolvidos, os animais, responsabilizando-o por substituir as forças físicas e seu abandono por outras obtidas por meio de feitiçaria.

 

            A Bíblia é enfática ao afirmar que a feitiçaria é usada como um baluarte pelo Sacerdotalismo. Somente em nossos dias tornou-se possível tanto confirmar essa acusação como divulgar seu significado.

 

            A explicação se dá da seguinte maneira: – o inferno e os demônios são realidades, mas o mundo confundiu sua origem e natureza. Eles não são criações de Deus, mas sim do homem.

 

            O homem existe em duas modalidades, a encarnada e a desencarnada, e as condições extremamente opostas da existência desencarnada são aquelas denotadas pelos termos “celestial” e “infernal”.

 

            O homem encarnado pode ter acesso a ambos e, de acordo com as tendências que ele voluntariamente estimula, cai sob a influência de um ou de outro. A primeira condição sempre busca erguê-lo espiritualmente para sua esfera. A segunda procura sempre arrastá-lo espiritualmente para baixo, até sua esfera.

 

            A feitiçaria representa o cultivo sistemático de relações com a condição “infernal”. Tendo sido cortadas as suas ligações com o celestial e com a vida divina devido à sua própria perversidade persistente. E sabendo que estão condenadas à extinção, essas almas perdidas – mas com vontades fortes – do “infernal”, buscam se perpetuar por meio dos vapores ou “espíritos” do sangue recém derramado. Esse é o seu favorito pabulum (repasto), uma vez que é o mais altamente vitalizante, com o qual elas conseguem postergar por mais tempo a extinção, que inevitavelmente ocorrerá, mais cedo ou mais tarde.

 

            Essa é a razão pela qual elas se esforçam para promover na terra o estado de coisas mais favorável ao derramamento de sangue.

 

            Dessa maneira, sabendo que conforme for a concepção do homem acerca de Deus, assim também será sua concepção acerca de si mesmo, bem como sua conduta de vida, sua mais potente arma consiste em incutir no homem a crença em uma deidade que é apenas força e poder de vontade, e de modo algum substância essencial e amor.

 

            Tal deidade é, como eles mesmos, amante do sangue, e deve ser propiciada por meio de sacrifícios sangrentos – sendo que o real objetivo dessa crença é a perpetuação dessas próprias almas perdidas.

 

            Tais são a origem e o motivo daquela mais poderosa de todas as armas infernais que visam corromper a concepção do homem acerca de Deus: – a doutrina da salvação pelo sacrifício substitutivo [vicário], teologicamente chamado de “sacrifício vicário”.

 

            O “sacrifício vicário” trata-se de uma perversão, como é todo o erro, de uma verdade. Essa verdade é em sua essência inexpugnável. Tal perversão é a raiz daquele sistema sacrificial, o qual, tendo a religião como seu tronco principal, estende suas ramificações para todos os domínios da atividade humana, em todos os lugares exigindo o sacrifício dos indivíduos e dos princípios em prol da tradição e do convencionalismo, e em nenhum lugar reconhecendo o que é verdadeiro e justo.

 

 

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