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XVIII.

 

As Expressões “Nascido da Virgem”, “Nascido Novamente”,

“Filhos de Deus”, Todas Implicam no Homem Regenerado
Por Meio de uma Intuição Pura

 

 

            Ainda que sempre seja “uma coisa nova na Terra” que uma “mulher deva ir além de um homem” – devido às mentes que foram cegadas para as realidades do Espírito pelo Sacerdotalismo – para as mentes espiritualmente capazes de percepção, e de discernir o espírito através da letra, trata-se de uma verdade eterna no perpétuo curso da realização humana.

 

            Pois aquilo que a expressão significa é aquele processo de regeneração no qual a intuição desempenha um papel tão essencial. É por essa razão que aqueles espiritualmente regenerados da antiguidade eram chamados de nascidos de uma virgem, duas vezes nascidos, semideuses e Filhos de Deus; e que a Bíblia descreve o processo da restauração da Igreja de seu declínio para o cativeiro e as trevas do Sacerdotalismo, como o renascimento de uma mulher – mulher significando sempre a intuição. Pois o processo é o mesmo tanto no individual quanto no coletivo.

 

            Já fizemos menção a respeito da salvação que se processou para Israel através de “Ester”. De natureza semelhante são as narrativas do Dilúvio, do Êxodo, do Cativeiro e outras. Relatadas exotericamente como fenômenos naturais ou acontecimentos de uma nação, em seu sentido esotérico elas descrevem a queda da Igreja na materialidade, por meio de sua submissão aos sacerdotes, e seu resgate por meio de ouvir o profeta, o “filho da Mulher”, a Intuição.

 

            É em razão de uma torrente de águas da Alma que a Igreja – sempre a arca da humanidade – é soerguida às alturas da realização espiritual, o “monte do Senhor”, sendo essa condição essencial de ascensão o propósito do lavar pelas águas da regeneração. Nessas mesmas águas é que a Igreja – erguendo-se na noite de sua escuridão espiritual, e fugindo do Egito da materialidade onde ela tem sido mantida em tão doloroso cativeiro por um Sacerdotalismo que se tornou totalmente corrupto – deve ser purificada antes de poder conquistar o caminho para a Terra Prometida de sua devida perfeição. (1)

 

            Ouvindo à intuição, portanto, é que a Igreja alcança seu verdadeiro ser, se ergue e retorna à casa do Pai – como a Filha Pródiga de Deus, quando saciada dos restos da materialidade que lhe são oferecidos pelo rebanho de porcos do Sacerdotalismo, descobrindo que ela não pertence àqueles aos quais tal descrição é devida. E ao chegar à casa do Pai ela descobre aquilo que, não fosse por seus sacerdotes, ela nunca teria duvidado: – que esse lugar é também a casa de sua Mãe, e que o Pai e a Mãe são unos. Enquanto que aqueles que lhe dão uma recepção rude, ainda não são nascidos novamente, porque ainda não são como então ela será, nascidos uma segunda vez.

 

            Agora, todas as coisas apontam para o tempo que se aproxima como sendo aquele em que as “duas testemunhas de Deus” no homem, o Intelecto e a Intuição, após ficarem por tanto tempo “mortos nas ruas da grande cidade” – uma civilização moldada e controlada por um Sacerdotalismo revestido por seus três véus: “sangue, idolatria, e a maldição de Eva” – na qual o Senhor, a Divindade no homem, é sistematicamente crucificada, se erguerão e ficarão de pé, e ascenderão ao céu de sua devida supremacia, no lugar de Lúcifer, que será deposto.

 

            Quando assim estabelecidos, eles ministrarão ao mundo a doutrina perfeita, a qual deve dissipar e destruir toda a prole de falsidades e desatinos que até então foram dominantes. Desse modo, o pandemônio pelo qual o mundo tem passado será substituído pelo “novo céu e nova terra na qual habita a Equidade”; a equidade que consiste e que vem do perfeito equilíbrio de Intelecto e Intuição no homem, como rei e rainha de seu sistema mental, na falta do que ele não é um homem, mas um demente, como a situação do mundo em nossos dias jamais tão claramente demonstrou.

 

            Já foi referido que é precisamente tal equilíbrio no sistema do homem que a Bíblia simboliza por “Miguel” e “Melquisedeque”. E é em referência a esse mesmo mistério que, no Zodíaco, o signo de Libra, a Balança, se interpõe entre Escorpião e Virgem. Apenas quando o “homem”, o Intelecto, é equilibrado pela “mulher”, a Intuição, há como escapar da serpente da Natureza dos Sentidos.

 

NOTA

 

(1) No que se refere ao ritual resgatado que celebra o Êxodo da Alma, vide Clothed with the Sun (Vestida com o Sol), II, xiii (6), “Hymn to the Planet-God (Hino ao Deus-Planeta)”.

 

 

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