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XXI.

 

Atual Restauração de Faculdade e de
Conhecimento Predita na Bíblia

 

            É a verdadeira ocorrência na presente época de uma restauração de faculdade e conhecimento, da natureza que aqui foi descrita, o que constitui a razão de ser da Associação representada por essa exposição. A União Cristã Esotérica é o resultado do desejo de muitos estudantes devotados e seguidores, ao mesmo tempo, da religião espiritual e da ciência espiritual – moradores em vários países, herdeiros de várias línguas, e membros de várias comunhões – para tornar universalmente acessível e conhecido aquilo que eles reconheceram como sendo, acima que qualquer questão, o Novo Evangelho da Interpretação por tanto tempo e tão positivamente prometido, e tão dolorosamente necessário.

 

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            Não se trata de nenhum novo evangelho propriamente dito aquele que desse modo se busca transmitir. Ele nem adicionada nem subtrai do velho evangelho que é familiar à Cristandade. Trata-se de um novo evangelho somente na interpretação. E, assim sendo, trata-se de um evangelho no qual – ao mesmo tempo em que nada de novo é dito – aquilo que é interpretado é algo tão antigo que é como se tivesse sido esquecido e perdido; algo que, no entanto, é tão novo que parece ter eterna juventude e nunca se tornar obsoleto; tão puro e, além disso, tão profundo de modo a ter transcendido a compreensão e o reconhecimento de parte daquela “geração” – por tanto tempo dominante, mas cujo domínio agora se aproxima do fim – a qual, por causa de sua grosseira materialização das coisas espirituais, foi qualificada por Jesus de “adúltera”. E, contudo, um evangelho tão simples e direto que possa ser lido sem problemas, e que, do mesmo modo, possa ser compreendido e observado; e, também, tão único, elevado e poderoso a respeito dos mais altos interesses do homem, que sua supressão sempre foi o primeiro objetivo daqueles que buscam por meio da degradação e perdição do homem os seus próprios ganhos e promoção.

 

            Seu apelo e sua exortação é ao critério todo abarcante da Experiência, da Razão e da Revelação, e esses em suas modalidades mais plenas e elevadas. Pois, afirmando – como ele de fato afirma – representar Toda a Humanidade de Intelecto e Intuição purificados, desenvolvidos, equilibrados, fundidos em uma unidade e polarizados em direção ao Supremo, esse novo evangelho da interpretação não se contenta com nada menos do que o Mais Elevado, e – desse modo – realmente alcançando o Mais Elevado, ele apela com plena confiança ao Mais Elevado, antecipando o mais amplo reconhecimento por parte daqueles que tenham mais plenamente alcançado o Mais Elevado.

 

            E tudo isso sem restringir o número dos participantes da Igreja visível e militante aqui na terra; mas também incluindo aqueles que, quer estejam encarnados ou fora do corpo, transcenderam tanto o terreno quanto o astral e se tornaram membros da Igreja celestial. Pois, verdadeiramente, é dessa Igreja celestial que o novo evangelho da interpretação é diretamente derivado, suas comprovações, tanto intrínsecas quanto extrínsecas, são tamanhas que não admitem qualquer possibilidade de questionamentos por parte daqueles que, tendo conhecimento dessas provas,
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estão qualificados para a sua apreciação.

 

            Isso porque aquilo que sua doutrina promulga não se trata de opinião ou conjectura, porém de conhecimento positivo obtido por meio da experiência e em primeira mão, “confirmada cada palavra, pela boca de duas testemunhas” – seus diretos recebedores e formuladores. Esses recebedores foram encarregados, treinados e iniciados não por quaisquer mãos terrenas, e o que foi por meio deles transmitido foi como algo que eles próprios de fato “ouviram e viram, e suas mãos trabalharam do Verbo da vida” – nenhuma experiência necessária lhes sendo negada no sentido de qualificá-los para a sua tarefa – não fazendo, contudo, qualquer apelo a autoridade ou pessoa, instituição ou livro, porém ao Entendimento.

 

            E se for perguntado como, ou sob quais circunstâncias precisamente, um evento tão relevante aconteceu, e que sinal, se houver algum, existe para mostrar que o Salvador que ele afirma restaurar é de fato o mesmo que Aquele de quem, segundo se diz, o homem tem sido tão cruelmente defraudado, e que o Cristo do transmitido Evangelho da Interpretação é idêntico Àquele do aceito Evangelho da Manifestação – isto deveria seguramente ser suficiente: Ele teve seu nascimento entre os animais.

 

            Pois os terríveis maus tratos aos animais, culminando nas mãos dos torturadores científicos, foram as últimas gotas que fizeram derramar com angústia, indignação e ira, corações que já estavam saturados com sentir a degradação e sofrimento do mundo causado pelo Sacerdotalismo, arrancando deles o grito que clama aos céus para Sua descida, e em resposta direta e imediata ao que Ele veio.

 

            Pois o Novo Evangelho da Interpretação foi transmitido em expresso reconhecimento do esforço determinado, por meio de um pensamento absolutamente corajoso e livre, para alcançar às alturas mais elevadas, para perscrutar os mais profundos abismos, e penetrar os mais íntimos recessos da Consciência, em busca da solução do problema da Existência, com a segura convicção de que, quando encontrada, ela se provaria

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ser uma solução que tornaria, acima de todas as coisas, a Vivissecção algo impossível, se não por outras razões, por demonstrar que a constituição das coisas é de tal modo que, por mais terrível que seja a situação das vítimas agora, a situação dos seus torturadores será indescritivelmente pior no futuro; como tem se provado, com absoluta certeza ser verdade, para a plena afirmação, ao mesmo tempo, da Justiça Divina e do Divino Amor.

 

            Tal é o espírito no qual o trabalho da Nova Interpretação foi concebido e executado; e tal foi a maneira da Vinda – a Segunda Vinda – Dele, o Exemplar Típico do divino, devido à Plena e Equilibrada Humanidade, de quem se disse que “quando vier, Ele restaurará todas as coisas, e salvará tanto aos homens quanto aos animais”; posto que Ele é, em Si mesmo, a demonstração pessoal da presença “do mesmo espírito incorruptível em todas as coisas”.

 

            Assim, que o Cristo tenha tido Seu nascimento em uma caverna, num estábulo e entre os animais, não foi só porque não havia “lugar nas hospedarias” de um mundo repleto de falsidades, futilidades e positivas insanidades, em relação à humanidade da qual Ele é o representante; mas também porque a divindade da qual Ele é a realização é a herança comum de todas as individuações da Consciência Universal, por mais insipiente que possa ser o seu grau de desenvolvimento. Razão pela qual os menores são seus irmãos, não menos do que os mais avançados. E de forma análoga tanto para seus amigos como para seus torturadores – mas com que tremenda diferença de significância! – Ele agora dirige, como o fez antes, as veementes palavras: “Em verdade vos digo que, aquilo que o fizestes a um destes Meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a MIM o fizestes”! [Mateus 25:40] Pois, “assim vem Ele, trazendo a recompensa, para dar a cada homem de acordo com o que forem suas obras” [Apocalipse 22:12]; e, “para julgar os vivos e os mortos”; – os vivos, ou seja, aqueles que estão vivos com um espírito vivo porque amoroso; e os mortos, aqueles que estão “mortos em transgressões e pecados” por meio de sua determinada supressão, neles mesmos, de tudo aquilo que está significado por Ela, a “Mulher”,

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a Intuição, cujo Filho Ele é, e a consequente máxima insensibilidade para tudo o que não seja “o terreno, o sensual, o demoníaco”.

 

            A função declarada do Cristo é redimir ao máximo. E é por essa razão que o Novo Evangelho da Interpretação soa bem alto e em bom som a sua nota chave – “A terra não pode ser redimida no homem apenas; mas todas as criaturas devem compartilhar dos benefícios da sua redenção”. Pois todos são Um: e o “Amor é o reconhecimento do Ser Onipresente; o conhecimento de Deus nos outros”.

 

            Até mesmo o próprio inferno não está fora do alcance dos benefícios de uma terra redimida. Pois “Ele desceu aos infernos”: – não como o Sacerdotalismo tem impiedosamente alegado, ou seja, para exemplificar a implacabilidade da Natureza Divina, por suportar em sua própria pessoa os tormentos devidos aos pecados do mundo, mas sim para demonstrar a infinitude do amor divino a fim de que, desse modo, Ele possa salvar aqueles que desejam ser salvos.

 

 

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