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XX.

 

O Zodíaco, a Grande Pirâmide, a Esfinge e o Obelisco

 

            O signo Zodiacal da dispensação que agora chega contém um presságio apropriado aos propósitos desta exposição. Vejamos a citação que segue, onde é a própria Nova Interpretação que nos fala:

 

            “Pois quando o Senhor ia entrar na cidade sagrada para celebrar sua Última Ceia com seus discípulos, ele enviou antes o pescador Pedro para encontrar o homem do signo vindouro.

            “‘Lá encontra um homem portando um cântaro de água’.

            “É sua Páscoa; pois a partir dali o Sol deve passar para um novo signo.

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            “Depois do Peixe, o Carregador de Água; mas o Cordeiro de Deus permanece sempre no lugar da vitória, sendo sacrificado desde a fundação do mundo.

            “Pois seu lugar é o lugar do triunfo do Sol”.

 

            O símbolo, então, da dispensação vindoura e, por conseguinte, o símbolo dessa Associação, é o signo da constelação de Aquário; o qual, sendo interpretado, é o “signo da vinda do Filho do Homem nas nuvens do céu” – o entendimento regenerado do homem – “com poder e grande glória”, portando consigo as águas da mulher – agora reconhecida como também divina – a qual, quando purificada da materialidade, é a “Mãe de Deus” no homem, a alma e sua intuição do Espírito.

 

            Razão pela qual a Bíblia do Zodíaco – aquela “palavra escrita para sempre nos céus” acima do homem, assim como no céu dentro dele que é sua própria alma e seu espírito – também dá testemunho simultaneamente da Dualidade na Unidade, e da necessidade do igual reconhecimento de seus dois fatores.

 

            Já no símbolo de Peixes, que são dois em número, há o mesmo mistério representado. Porém somente ocultamente, pois embora o significado esteja ali contido, não é expressado ou compreendido. Daí sua representação como encoberto pelas águas do mar do Astral, durante a dispensação que agora está passando, para ser representado no Celestial por aquela que agora se inicia.

 

            E ainda há mais do que isso. A descida do Senhor vindo do céu conforme representada nesse signo, também é a ascenção do homem até lá. Pois, por meio do seu reconhecimento da divindade essencial da alma, ele pode alcançar a realização de sua própria divindade. Em tal simultânea descida e ascenção é cumprida a antecipação feita por “Paulo o Místico”, quando ele diz: “Porque o Senhor Mesmo descerá do céu com grande brado, com a voz do Arcanjo, ao som da trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares”. [NT: 1 Tessalonicenses 4:16-17]

 

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            Dessa maneira a Igreja celestial se reunirá – ou melhor, para alguns, já se reuniu – com a Igreja terrena nas alturas sublimes de seus pensamentos puros, para trocar alegres saudações a respeito da ressurreição terrena que se aproxima. Pois a segunda vinda de Cristo, a qual é o novo nascimento ou regeneração da Igreja, é aquela “vinda do Senhor ao seus”, pelos quais, antes, seguindo a orientação do Sacerdotalismo, Ele foi rejeitado em troca do “ladrão”, Barrabás – o qual foi assim chamado porque era “filho do Pai deles, o Diabo”, o qual sempre roubou o homem o quanto à sua herança divina.

 

            Tal é o significado do evento denominado de “a consumação da era profética” e “o fim do mundo”. Ele encerra o período profético, e é o fim do mundo na Igreja por meio da abolição da materialidade mundana da Igreja, significando a materialidade no entendimento das coisas espirituais, e suas três características [ou véus] inseparáveis: “sangue, idolatria, e a maldição de Eva”.

 

            O Zodíaco tem duas Bíblias companheiras nas quais o mesmo evento é profetizado. Essas são as Bíblias “escritas em pedra” como o Zodíaco é escrito nas estrelas, que são as Bíblias da grande Pirâmide e da Esfinge. Pois é sempre “desde o Egito” que Deus “chama Seu Filho”, em um ou outro de seus aspectos, quer seja como o indicado depositário da doutrina celestial, ou como o emblema da materialidade.

 

            Como pode ser lido com a luz da Nova Interpretação, esses símbolos denotam a ascensão do homem por meio de sua evolução, em virtude da divindade de seus princípios constituintes; o primeiro deles pela elevação desde a “poeira do solo”, e o segundo desde o “tronco da criatura predadora”. Sua perfeição sendo alcançada por meio de, e simbolizada, no primeiro caso, pelas câmeras do rei e da rainha, e pela tumba. No segundo caso, pela cabeça e peito da mulher. Pois em cada caso o dualismo significado é aquele do Intelecto e da Intuição: a tumba é a medida padrão da humanidade aperfeiçoada; a “pedra angular principal no topo” da Pirâmide é “Cristo”, o ponto de união com a divindade, onde a materialidade termina e o celestial é alcançado;

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e o olhar da Esfinge – “olhando bem para a frente com olhos de calma eternidade” sobre o deserto do Tempo – significa a paciente espera da alma em calma segurança pela realização de sua destinada divindade. O Obelisco é um símbolo irmão denotando a descida do Espírito para a condição da matéria, e sua ascensão desde lá por meio da individuação e divinizado.

 

            E assim, através da Nova Interpretação, a profecia de Isaias encontra literal realização, e há agora um “altar para o Senhor em meio à terra do Egito, e um pilar em sua fronteira devotado ao Senhor”; os quais são “como um símbolo e uma testemunha do Senhor das Hostes na terra do Egito”. Pois somente quando interpretados eles de fato se tornam um símbolo e uma testemunha. E aquilo do qual eles dão testemunho é a natureza espiritual e a Dualidade na Unidade do Ser, e a equilibrada cooperação de seus dois fatores como a condição da realização da própria divindade do homem.

 

            Pode evitar confusão para alguns afirmar-se explicitamente que não há aqui nenhuma questão de qualquer equilíbrio entre Espírito e Matéria. Nenhum equilíbrio é possível entre esses, assim como não é possível entre Substância e Sombra, Luz e Escuridão, Realidade e Aparência, Eternidade e Tempo. O equilíbrio simbolizado é entre as duas modalidades do próprio Espírito, os dois constituintes do próprio Ser: Força e Substância. E entre esses e suas várias manifestações, como vontade e amor, mente e consciência moral, intelecto e intuição, cabeça e coração, homem e mulher, pai e mãe, concebidos como subsistindo na única e mesma entidade cósmica.

 

            Espírito e matéria não são dois conceitos de uma e mesma coisa que podem estar dispostos balanceadamente um em relação ao outro; isso porque a Matéria é em si mesma Espírito, sendo substância espiritual sob manifestação – primeiro como o éter astral, e, por fim, como matéria – por meio da Força ou Vontade operando sob o impulso do Amor. A concepção de dois princípios auto-subsistentes, originais e antagonísticos

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é algo absurdo. Um absurdo que envolveria o início da tábua dos números com um dois. A única real oposição é entre Ser e Não-Ser. Tudo aquilo que é, deve existir como modalidades do anterior. E as diferenças entre esses somente podem ser de grau e condição. Daí a definição do Panteísmo: – Todas as coisas são Deus quanto a seus princípios constituintes; porém não quanto à condição, devido à Criação.

 

            Deus deve ser concebido como subsistindo sob duas modalidades, o Imanifestado e o Manifestado, e em cada uma delas há, de forma análoga, uma Dualidade na Unidade. Pois, sem Força e Substância não há ser. Esses dois são os pilares do templo de Deus cuja Igreja é o Universo, ao mesmo tempo “o Jachin e o Boaz” (*) e “os pilares de Hércules”, os quais sustentam de igual modo o macrocosmo e o microcosmo.

 

            A desintegração de qualquer entidade não envolve nenhuma perda para eles, mas a perda apenas da individualidade deles resultante; e isso somente no plano no qual tal desintegração ocorre. Não há nenhuma morte real exceto a morte espiritual. E essa depende da vontade do indivíduo relacionado. “Por que vós morreis? Não tenho nenhum prazer na morte daquele que morre”.

 

 

NOTA

 

(78:*) NT: São duas colunas que ficavam à frente do Templo de Salomão, em Jerusalém. A igreja românica de Santa Maria Maggiore no povoado de Tuscânia (na região do Lácio, comuna de Viterbo), tem uma entrada ladeada por um par de colunas destinadas a invocar Jachin e Boaz. Em alguns templos maçônicos há réplicas das colunas de Jachin e Boaz, em que se faz referência com as letras J e B, nas respectivas colunas.

 

 

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