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Tradução: Daniel M. Alves

Revisão e edição: Arnaldo Sisson Filho

[Embora o texto em inglês seja de domínio público, a tradução não é. Esse arquivo pode ser usado para qualquer propósito não comercial, desde que essa notificação de propriedade seja deixada intacta.]

 

 

(p. 68)

CAPÍTULO XXV

 

SOBRE O CRISTO E O LOGOS (3)

 

1. (*) AGORA, Cristo Jesus – o homem espiritual aperfeiçoado, e não o homem físico – é o ponto mais alto da corrente humana, que flui para o alto em direção ao seio de Deus.

            O homem, por meio da evolução, ergue-se a partir do mais baixo, e alcança seu mais elevado desenvolvimento, como homem, no Cristo.

            Tendo alcançado esse ponto, ele é o perfeito Filho do Homem, uma vez que ele é gerado dentro e como parte da própria Humanidade; e sendo assim, e porque ele é desse modo, recebe o batismo do Logos.

            Mas, o Logos é o Adonai, (4) uma palavra que implica Dualidade. E o Adonai é o Filho de Deus, o Unigênito, o Dois-em-Um, cuja manifestação só é possível através do Cristo.

            A Trindade Celestial é composta de Substância, Força, e Lei.

            Força é a Vida Original, ou Deus Pai. Substância é o Ser Original, ou Deus Mãe. Indissoluvelmente unidos, juntos eles são a Substância Viva, o En-Soph ou o Infinito da Cabala.

            Sendo em si mesmos incapazes de se manifestar, eles se tornam manifestados dentro e através da Lei, que é sua Expressão, Verbo, Logos, ou Filho.

            Mas o Logos

(p. 69)

é celestial, e o humano não poderia conhecê-lo em sua natureza divina. Para que o humano possa tocar e conhecer o divino é necessário que as duas naturezas se juntem. Isso é realizado em “Cristo Jesus”. Cristo significa o Ungido. Ele é humano em origem; e sua condição de Cristo é alcançada somente quando ele recebe em seu próprio espírito o Logos.

            Então se realiza a união das duas naturezas, a divina e a humana. As duas correntes se encontram e se fundem, e a partir desse ponto o homem conhece e compreende Deus – através do Cristo.

            Pois o Cristo, tendo recebido o Logos, é Filho de Deus, assim como é Filho do Homem; e o Filho de Deus dentro dele lhe revela o Pai.

            O homem enquanto apenas humano não poderia dizer, como o Cristo diz: “Eu e o Pai somos Um.” É o Verbo que nele habita que o torna capaz de dizer: “Pois Aquele que habita no seio de Deus (o Logos), ele mesmo relevou a Deus”. [João 1:18]

            Tendo recebido a Lei – ou Verbo – o Cristo recebe também o Pai e a Sabedoria de Deus através desse Verbo, ou Filho. Pois Adonai, sendo a Dualidade, manifesta esse Pai e essa Sabedoria para o Cristo, e no Cristo.

            Por essa razão Estevão, quando estava para morrer, exclamou: “Olhem, eu vejo os Céus abertos, e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus”. [Atos 7:56] Nessa fala ele declara a união do Humano com o Divino. Ele declara que em Cristo Adonai é manifestado, e que em conseqüência dessa união, a humanidade é exaltada aos Céus.

            Portanto, a humanidade pode alcançar o celestial apenas através de “Cristo”. Quando o homem penetra nessa esfera ele está “em Cristo Jesus”. E, como diz Paulo, “estando em Cristo ele está em Deus, e Deus está nele; pois Cristo é de Deus”. Deus, por assim dizer, se apossa do homem em Cristo, e o atrai até o Céu.

            Nesse momento, então, os dois rios se encontram e fluem um para dentro do outro, em uma união indissolúvel: o Logos no Cristo, o Divino no Humano, Deus no Homem.

 

notas

 

(68:*) N.T.: Essa numeração indica os parágrafos no original, em inglês.

(68:3) Londres, 12 de julho de 1881. Recebida durante o sono.

(68:4) Nome invariavelmente substituído por Jeová na fala dos Hebreus. Ver Partes II e III do Capítulo VIII. E.M.

 

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