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[Tradução: Arnaldo Sisson Filho. Embora o texto em inglês seja de domínio público, a tradução não é. Esse arquivo pode ser usado para qualquer propósito não comercial, desde que essa notificação de propriedade seja deixada intacta.]


 

Nº. XVII

 Sobre os Deuses (1)

 

            Uma ideia verdadeira é o reflexo de uma verdadeira Substância. Em razão de que as ideias religiosas são ideias verdadeiras, é que elas são comuns a todas as idades e a todos os povos; as diferenças sendo meramente de expressão, e devidas à variação de densidade e ao caráter da atmosfera magnética através das quais a imagem passa. O fato que todas as nações em todas as idades conceberam, de algum modo, os Deuses, constitui em si mesmo um prova que os Deuses realmente são (reais). Pois um Nada não projeta qualquer imagem sobre a luz magnética; e onde uma imagem é universalmente percebida, há certamente um objeto que a projeta. Uma Ideia, inata, que não pode ser erradicada, constante, a qual o sofisma, o ridículo, ou a falsa ciência têm poder apenas para golpeá-la, mas não para dissipá-la: -- uma imagem que, por mais que seja perturbada, invariavelmente retorna em si mesma e se re-forma, com faz uma imagem do céu ou das estrelas em um lago, por mais que a água que reflete possa estar momentaneamente agitada por uma pedra ou uma embarcação que passa: -- uma tal imagem como essa é necessariamente o reflexo de uma coisa real e verdadeira, e não uma ilusão gerada pela própria água.

 

            Do mesmo modo, a ideia constante dos Deuses, persistente em todas as mentes e em todas as idades, é uma imagem verdadeira; pois ela é verdadeiramente, e não em qualquer sentido metafórico, a projeção sobre a percepção humana dos Eidola dos seres Divinos. O Eidolon é o reflexo de um verdadeiro objeto na atmosfera magnética; e a atmosfera magnética é um meio transparente, através do qual a alma recebe sensações. Pois a sensação é o único meio de conhecimento, seja para o corpo, seja para a razão. O corpo percebe

(p. 48)

por meio das cinco avenidas do contato. A alma percebe de maneira semelhante pelo mesmo sentido, porém de um tipo mais refinado, e posto em ação por agentes mais sutis. A alma não pode conhecer qualquer coisa que não seja perceptível; e nada que não seja perceptível é real. Uma vez que aquilo que não é, não pode dar (refletir) qualquer imagem. Somente aquilo que é pode ser refletido. 

 

Notas

 

(47:1) Londres, 20 de dezembro de 1880. Falado em transe. Veja referência em Life of Anna Kingsford (Vida de Anna Kingsford), Vol. I, p. 412.


 

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