2. Você deseja saber sobre os alimentos, e por que razão Cristo, o Divino, e Paulo, o forte, não se pronunciaram sobre porque o consumo de carne – tomar a vida animal – não era para o homem. Eles tinham outras missões a realizar, de muito maior importância para o homem naqueles dias.

            3. Implantar no homem o simples reconhecimento do espiritual como ele realmente é, – quando os ideais do mundo eram o sangue, a luxúria e a conquista – esse era o vasto trabalho que Cristo e seu servo Paulo assumiram e realizaram.

            Essa era a Pedra Angular rejeitada pelos construtores e que, no entanto, é o fundamento de todas as verdades ulteriores. Instruir o homem acerca da íntima e factual Paternidade de Deus e acerca da Filiação divina do homem – não é essa a verdadeira base sobre a qual o templo espiritual da humanidade deve ser construído?

            Até que o homem tenha aceitado esse fato primário, qual a vantagem de proferir verdades que resultam das primeiras, ou que são secundárias em relação a elas?

            4. Além do mais, leve em consideração que o hábito de comer carne não era tão generalizado quanto é hoje. A facilidade de se adquirir comida animal era pequena se comparada aos dias atuais.

            Nem havia a Terra, naquela época, chegado ao ponto de seu desenvolvimento intelectual ou moral em que ela pudesse se espiritualizar mais nessa direção.

            A consciência geral da humanidade não poderia aceitar ou reter um ditame cujo objetivo fosse a purificação dos sentidos, enquanto a Terra ainda não havia atravessado a sua “era dos sentidos”.

            Tal ditame teria sido, como de fato foi, perdido na luta e no passar dos anos que sucederam a Cristo. Contudo, não duvide que Jesus tenha ensinado seus discípulos a respeito dessa questão.

            5. Que nada de tal instrução tenha ficado para vocês se deve ao fato de que apenas aquelas verdades que eram mais essenciais, ou mais necessárias ao homem, aquelas que, portanto,

(p. 58)

lhe afetaram da forma mais relevante, escaparam da destruição na deterioração decorrente de suas lutas pela verdade.

            As verdades que vocês lêem em suas Bíblias, são as verdades que afetaram os homens mais fortemente na época em que foram expostas, que foram mais adequadas à consciência da Terra naquele período.

            Mas você acha que elas são todas as verdades que Cristo ensinou, ou todas as verdades que Deus havia reservado ao homem? Será que você pensa que elas foram mais do que uma pequena amostra do amor infinito de Deus, adaptado pelo Divino Pai para a assimilação espiritual dos filhos aos quais elas foram transmitidas?

            Ó, vocês são mesmo incrédulos e duros de coração, ainda lêem e não compreendem, ainda ouvem e não percebem!

            Será que sempre irão desconsiderar aquela Verdade das Verdades, Divina acima de todas as outras, que Cristo Jesus manifestou em sua vida na Terra, e aconselhou incessantemente ao homem – a verdade do Deus que se revela e que habita no interior do homem, e da redenção do homem por meio dessa verdade?

            Ou seja, irão sempre desconsiderar a Verdade de que há uma fonte de luz, força e amor, emanando perpétua e crescentemente do alto segundo a capacidade do homem de adaptar-se a ela, ou segundo sua capacidade de poder recebê-la?

            6. Quais foram as palavras de João apresentando Cristo aos judeus? “Arrependei-vos, porque o reino dos Céus (da Verdade) está próximo.” [Mateus 3:2]

            E qual foi a descrição desse reino dos Céus aceita pelo próprio Cristo? “O reino de Deus (o qual a Verdade é) é como um homem que lançou a semente na terra. Ele dorme e acorda, de noite e de dia, mas a semente germina e cresce, sem que ele saiba como. A Terra por si mesma produz frutos: primeiro a erva, depois a espiga, E POR FIM A ESPIGA CHEIA DE GRÃOS.” [Marcos 4:26-28]

            7. “A que compararei o reino de Deus (Verdade)? É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até que tudo ficasse fermentado.” [Mateus 13:33 e Lucas 13:21]

            8. O Reino dos Céus (Verdade) é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e lançou em sua horta; ele cresce

(p. 59)

e torna-se árvore, e as aves dos céus se abrigam em seus ramos.” [Mateus 13:31; Marcos 4:31 e Lucas 13:19]

            9. “Se não credes quando vos falo (a verdade a respeito) das coisas da terra, como ireis crer quando vos falar (a verdade a respeito) das coisas celestiais?” [João 3:12]

            10. “Quem crê em mim fará as obras que faço e fará até maiores do que elas, porque vou para o Pai.” [João 14:12]

            11. “Anunciava-lhes a Palavra (a Verdade) por meio de muitas parábolas como essas, conforme podiam entender; e nada lhes falava a não ser em parábolas.” [Marcos 4:33-34]

            12. “Por que não compreendeis minha fala (verdade)? porque nem mesmo sois capazes de ouvir minha palavra.” [João 8:43]

            13. “Ó tolos, e lentos de coração para acreditar em tudo que os Profetas têm falado (verdade).” [Lucas 24:25]

            14. “Pois nada há de oculto (nenhuma verdade) que não venha a ser manifestado, e nada em segredo que não venha à luz do dia.” [Marcos 4:22]

            15. “Disse-vos essas coisas de forma figurada (por provérbios), mas chega a hora em que já não vos falarei de forma figurada, mas claramente vos falarei do Pai” (o qual é a Verdade). [João 16:25]

            16. “Tenho ainda muito que vos dizer, mas não podeis agora suportar. Entretanto, quando ele vier, o Espírito da Verdade, ele vos guiará à verdade; pois ele não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver visto, e vos anunciará as coisas futuras.” [João 16:12-13]

            17. A mensagem do Cristo foi resumida nessa profunda frase: “Esta é a vida eterna, que eles possam conhecer a Ti, o único Deus verdadeiro, e Jesus Cristo, aquele que Vós enviastes.” [João 17:3]

            18. Quão pouco vós conheceis o único Deus verdadeiro.

            O Cristo Jesus que vós adorais não é nenhum Libertador do homem ungido com o Espírito Divino – de forma alguma – mas é antes o detentor de escravos humanos, apenas vestido com o disfarce de Divindade.

            Quão sem poder e ineficaz é vossa paródia da religião do Cristo; quão inconscientes ainda sois a respeito das divinas

(p. 60)

potencialidades no homem que ele revelou a vocês.

            Durante dois mil anos vós não transformastes vossa Terra no Céu que ele prometeu que deveria resultar da verdadeira compreensão e prática de seu ensinamento.

            Como, por fim, veio a acontecer que nesses dias o homem, em trevoso desespero, se afasta da falsa imagem do Cristo que tendes sustentado? Não somos nós testemunhas de todas essas coisas? E seremos nós silenciados de lhes revelar seus próprios erros?

NOTA

(57:*) N.T.: Essa numeração indica os parágrafos no original, em inglês.