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• SISSON FILHO, Arnaldo. Por Que Foi Criado o “Site Anna Kingsford”? Como o título indica, esse é um artigo que explica como e porque foi criado o “Site Anna Kingford”. 2018.

 

 

 

                                          POR QUE FOI CRIADO O SITE ANNA KINGSFORD?

 

                                                                                                          Arnaldo Sisson Filho

 

 

            Antes de tudo, quero expressar minha gratidão a Leslie Price pela sugestão de escrever esse artigo.

           A primeira grande razão que motivou a construção do Site Anna Kingsford foi a vontade de auxiliar na compreensão do Cristianismo original e, através disso, auxiliar na grande reforma intelectual que o mundo tanto necessita. Porque, como já foi dito:

 

            “No presente momento há duas coisas da religião cristã que devem ser óbvias para todas as pessoas de discernimento; a primeira, que os homens não podem viver sem ela; e a segunda, que eles não podem viver com ela assim como ela está.” (Matthew Arnold, citado em O Caminho Perfeito)

 

            A compreensão desses dois aspectos pode gerar diferentes interpretações, mas podemos, pelo menos, explicar alguns fatos relacionados com esses aspectos.

            Primeiro, que o Cristianismo, como o herdeiro da civilização greco-romana é um dos pilares da civilização ocidental, para o bem e para o malcivilização ocidental que está amplamente dominando o mundo de nossos dias. Somente esse aspecto já deveria bastar para dar crédito à afirmação de que o mundo atual não pode viver sem o Cristianismo.

            Segundo, que as ideias e as grandes instituições da civilização ocidental (que são hegemônicas no mundo) estão gerando problemas imensos, para os quais não poderão jamais apresentar soluções consistentes, uma vez que elas mesmas estão no cerne desses problemas. Essas ideias e instituições, por sua vez, estão conduzindo o mundo na direção de catástrofes gigantescas. Em resumo, a civilização ocidental necessita uma grande reforma em seus fundamentos filosófico-religiosos e em suas grandes instituições, deles derivadas.

            Tanto o Cristianismo vigente, quanto o materialismo crasso do cientificismo dominante (que são as principais colunas de sustentação desse modelo civilizatório), necessitam ser reformados e reorientados para princípios verdadeiros. E o mundo, se quiser evitar as catástrofes que se aproximam, não pode viver mais sob o domínio desses falsos princípios e suas decorrentes injustas e incompetentes grandes instituições. Essa visão não é nova e está em sintonia com importantes escritos dos primeiros tempos da Sociedade Teosófica, como no exemplo das duas citações que seguem:

 

            “Para serem verdadeiras, a religião e a filosofia devem oferecer a solução de todos os problemas. Que o mundo esteja em tal má condição moralmente é uma evidência conclusiva de que nenhuma de suas religiões e filosofias, (...) jamais possuíram a verdade.

            As explicações corretas e lógicas sobre a questão dos problemas dos grandes princípios duaiso certo e o errado, o bem e o mal, a liberdade e o despotismo, a dor e o prazer, o egoísmo e o altruísmosão tão impossíveis para elas hoje quanto o eram 1881 anos atrás. Elas estão tão longe da solução como sempre estiveram; mas para esses deve haver em algum lugar uma solução consistente, e se nossas doutrinas provarem sua competência em oferecê-la, então o mundo será rápido em confessar que essa deve ser a verdadeira filosofia, a verdadeira religião, a verdadeira luz, que dá a verdade e nada mais do que a verdade.” (LMW, 1st Series, carta n. 1)

 

            “Sob a dominação e a influência dos credos exotéricos, sombras grotescas e distorcidas de realidades Teosóficas, sempre haverá a mesma opressão dos fracos e dos pobres e a mesma luta tempestuosa dos ricos e poderosos entre si mesmos . . .  É somente a filosofia esotérica, a harmonização espiritual e psíquica do homem com a natureza, que, através da revelação de verdades fundamentais, pode trazer aquele tão desejado estado intermediário entre os dois extremos do Egoísmo humano e do Altruísmo divino e, finalmente, conduzir ao alívio do sofrimento humano”. (LMW, 2nd Series, carta n. 82)

 

            Anna Kingsford, segundo nossas melhores luzes, deu uma extraordinária contribuição para a compreensão do verdadeiro Cristianismo. Contudo, como suas obras somente mereceram relativamente pouca atenção, nos pareceu ser algo relevante ajudar a tornar sua mensagem mais amplamente conhecida.

            Após muitos anos de ativa participação na Sociedade Teosófica, já tinha aprendido que precisamos auxiliar a iluminar as Escrituras de todos os povos, de modo que essas Escrituras possam cumprir seu papel na grande reforma intelectual que se faz tão necessária. E, nesse sentido, uma vez que vivemos na esfera do mundo ocidental cristão, é natural que se tenha como um objetivo trazer para as populações do Ocidente (e do mundo em geral), uma compreensão mais profunda e verdadeira da tradição cristã.

            Essa ideia de fazer algo pelo Cristianismo já estava presente em minha mente por muitos anos, tendo inclusive, nos longos anos que estive à frente da Federação Teosófica Mundial de Jovens, tentado estimular jovens a estudar e a publicar sobre esse tema das origens do Cristianismo. Contudo, como se trata de uma história difícil de ser recuperada, praticamente não encontrei interessados nessa tarefa, ou com suficiente tempo e formação intelectual para realizá-la.

            Então, quando conheci mais profundamente os escritos de Anna Kingsford e Edward Maitland, senti que ali estava contida uma importante contribuição no sentido de um resgate do Cristianismo original que eu estava buscando. Desse modo, foi principalmente devido a essa razão que decidi encarar a tarefa de tornar essa mensagem mais amplamente conhecida.

            Quando comecei a estudar as obras de Kingsford e Maitland, já nesse intuito de ajudar o Cristianismo a recuperar suas origens e, portanto, recuperar a sintonia com as verdades das demais grandes religiões (quando bem interpretadas), ao mesmo tempo estava traduzindo para o português a autobiografia do monge cristão Bede Griffiths (The Golden String) que lança pontes entre o Hinduísmo e o Cristianismo. E, nessa mesma época, minha esposa Marina estava escrevendo uma biografia sobre Helena Blavatsky (A Esfinge Helena Blavatsky). Ao acompanhá-la nesses trabalhos, observei que as difíceis relações entre Blavatsky e Kingsford, como entre Sinnett e Kingsford (com o consequente afastamento de Kingsford da Loja de Londres), foi uma grande oportunidade perdida para a compreensão e a realização do trabalho da Sociedade Teosófica.

            Nesse mesmo período, Marina e eu participávamos de um grupo que tinha o objetivo de fundar um monastério ecumênico no Brasil. Esse grupo estava sob a liderança de um religioso cristão, que aparentemente possuía algumas faculdades psíquicas, e que me trouxe o conselho que “eu deveria estudar as obras de Anna Kingsford, já que eu estava interessado em auxiliar o Cristianismo”.

            Assim, foi tentando trabalhar na direção do desejo de fazer algo pelo Cristianismo, e sob a dupla influência dos estudos de minha esposa e da sugestão trazida   por esse sacerdote, que iniciei um estudo sério das obras de Kingsford e Maitland. Não demorou muito tempo para que eu compreendesse que essas obras eram muito relevantes, no sentido de responder àquilo que eu buscava, ou seja, auxiliar no resgate do verdadeiro Cristianismo.

            Desse modo, foi como consequência dessa antiga vontade, somada a essas influências e a esses estudos, que nasceu a ideia de criar o Site Anna Kingsford. Depois que essa decisão foi tomada, passamos a coletar todas as obras desses autores, e daqueles que escreveram sobre eles, ou obras relacionadas a eles, com o objetivo de preservar e tornar mais facilmente acessível essas obras às pessoas interessadas de todo o mundo. Também por isso o site foi desenvolvido em duas línguas, em inglês e português.

            Para se chegar ao estágio atual – onde praticamente todas as obras conhecidas de Kingsford e Maitland estão online – foram necessários cerca de dez anos, com a colaboração de várias pessoas, tanto do Brasil como de outros países. Nesse processo, recuperamos várias obras de forma surpreendente, o que sugere que esse trabalho mereceu ajuda da Igreja Celestial, para usar a terminologia cristã. Nossas buscas nos levaram a conhecer novos amigos, inclusive, como seria de esperar, na Inglaterra, terra natal de Kingsford e Maitland.

            Lembro com gratidão da ajuda de alguns amigos ingleses: Ralph Johnson, que trabalhava em frente à Biblioteca Britânica em Londres, e que nos auxiliou no trabalho de encontrar e copiar obras já quase esquecidas; Gabriel Buist, já falecido, que nos auxiliou a encontrar e copiar outras obras bem raras, junto à biblioteca da organização a que pertencia (A Ordem da Cruz), com sede em Londres; e também Brian G. McAllister (editor da publicação de cartas inéditas de Edward Maitland), que nos auxiliou corrigindo vários erros de inglês no site, nos passou textos de Samuel H. Hart, e também escreveu um texto sobre Samuel H. Hart, que foi o grande continuador da difusão dessas obras, após o falecimento de Maitland.

            Quanto à mensagem trazida ao mundo por Kingsford e Maitland, quais são seus pontos mais relevantes?

            Um de seus pontos principais, segundo podemos ver, é o catolicismo (a universalidade) de suas interpretações das passagens mais importantes das Escrituras do Cristianismo. Daí o conjunto de suas obras mais relevantes ser denominado o Novo Evangelho da Interpretação. Na verdade, como eles nos explicam, não há nada de novo naquilo que nos trouxeram, porém, trata-se do resgate de algo que estava tão esquecido e deturpado que, ao ser resgatado, parece ser algo novo.

            Vejamos uma citação para que possamos perceber a verdadeira catolicidade da mensagem do Novo Evangelho da Interpretação:

 

            “A fé cristã é a herdeira direta da velha fé romana. Roma foi a herdeira da Grécia, e a Grécia do Egito, de onde se originaram o legado de Moisés e o ritual hebraico.

            O Egito foi apenas o foco de uma luz cuja verdadeira fonte e centro era o Oriente em geral – Ex Oriente Lux. Pois o Oriente, em todos os sentidos, geograficamente, astronomicamente e espiritualmente, é sempre a fonte de luz.

            Mas, embora originalmente derivada do Oriente, a Igreja de nossos dias e de nosso país é modelada diretamente a partir da mitologia greco-romana, e de lá retira todos os seus ritos, doutrinas, cerimônias, sacramentos e festivais.

            Portanto, a exposição que será feita sobre o Cristianismo Esotérico tratará mais especificamente dos mistérios do Ocidente, uma vez que suas ideias e sua terminologia são para nós mais atrativas e próximas do que as concepções não artísticas, a metafísica não familiar, o espiritualismo melancólico e a linguagem pouco sugestiva do Oriente.

            Extraindo sua essência-vital diretamente da fé pagã do velho mundo Ocidental, o Cristianismo mais proximamente se parece com seus pai e mãe imediatos, do que com seus ancestrais remotos, e será, então, melhor exposto com referência a suas fontes da Grécia e de Roma, do que com referência a seus paralelos bramânicos e védicos.

            A Igreja cristã é católica, ou então ela não é nada que mereça, em absoluto, o nome de Igreja. Pois católico significa universal, todo-abarcante: – a fé que sempre e em todos os lugares foi recebida. A prevalecente visão limitada desse termo é errada e prejudicial.

            A Igreja cristã foi inicialmente chamada de católica porque ela abarcava, compreendia e tornou seu o passado religioso de todo o mundo. Reunindo em sua figura central – do Cristo – e em torno dessa figura todas as características, lendas e símbolos até então pertencentes às figuras centrais das dispensações anteriores, proclamando a unidade de toda aspiração humana, e formulando em um grande sistema ecumênico as doutrinas do Oriente e do Ocidente.

            Assim, a Igreja católica é védica, budista, zend-avesta e semítica. Ela é egípcia, hermética, pitagórica e platônica. Ela é escandinava, mexicana e druídica. Ela é grega e romana. Ela é científica, filosófica e espiritual.

            Encontramos em seus ensinamentos o panteísmo do Oriente, e o individualismo do Ocidente. Ela fala a língua e pensa os pensamentos de todos os filhos dos homens; e em seu templo todos os deuses estão em um lugar sagrado.

            Eu sou vedantina, budista, helenista, hermética e cristã, porque eu sou católica. Pois nessa única palavra todo o Passado, Presente e Futuro estão abarcados.” [The Credo of Christendom (O Credo do Cristianismo), pp. 94-96]

 

            Por que esse ponto da catolicidade é tão importante em nossa época?

            Primeiro, porque vivemos em um mundo cada vez mais interligado pelos satélites, pelos meios de comunicação, com o exemplo paradigmático da Internet, pelos meios de transportes aéreos, e pela economia cada vez mais globalizada.

            Segundo, porque vivemos em uma época dominada pelo pensamento cientificista, na qual é tão somente pela compreensão resultante de claras explicações lógicas e, tanto quanto possível, amparadas em demonstrações experimentais que as mentes mais intelectualizadas podem alcançar a verdade.

            Já no que diz respeito às grandes verdades metafísicas (que são tão decisivas para a criação de uma ética verdadeira, assim como de novas grandes instituições), é tão somente pelo método comparativo que será possível demonstrar que em todos os lugares e épocas os sábios ensinaram as mesmas verdades. A demonstração desse fato evidenciará (entre outros princípios da maior relevância), a existência de faculdades superiores de cognição, faculdades que permitem ao ser humano uma realização direta da verdade. Apenas essa demonstração e essa compreensão necessariamente trarão uma visão mais verdadeira acerca do que é o ser humano, uma visão que é tão fundamental e decisiva para a grande reforma intelectual nas ideias dominantes no mundo. Isso está sintetizado na seguinte citação de Helena Blavatsky:

 

            “Pois tão somente através do estudo das várias grandes religiões e filosofias da humanidade e da comparação desapaixonada delas com uma mente sem preconceitos, que os homens podem esperar alcançar a verdade. E é especialmente descobrindo e percebendo seus vários pontos concordantes que podemos alcançar esse resultado.” (A Chave para a Teosofia, p. 63)

 

            A catolicidade da mensagem do Novo Evangelho da Interpretação se harmoniza perfeitamente com esse requerimento de nossa época (de explanações lógicas e amparadas em demonstrações empíricas). Há, ainda, outros dois aspectos que devemos mencionar, mesmo que muito sinteticamente:

            1) No Novo Evangelho da Interpretação está apresentada – de forma mais clara do que em qualquer outro autor ou livro – a necessária união do Cristianismo com o Budismo. Lembremos aqui que o Budismo, com sua fundamentação lógica e não teísta, está bem adaptado a ser a base moral de uma era dominada pelo cientificismo.

            2) Essa mensagem está em perfeita sintonia com os princípios da Filosofia Esotérica (ou Filosofia Perene), e com a devida ênfase ao aspecto da “unidade na diversidade, uma vez que esse ponto é decisivo para a correta compreensão do princípio da Fraternidade Universal da Humanidade, que é a visão de ser humano (coletivamente considerado) derivada da Filosofia Perene.

            Essa visão está presente em todas as principais tradições religiosas e filosóficas. Esse aspecto, é importante salientar, encontra respaldo em pesquisas empíricas, como evidenciamos em nossos trabalhos na área da Ciência Política (A Consciência Política na Massa, dissertação de Mestrado, UFRGS; e O Que Há de Errado com a Política?), onde procuramos destacar e corroborar os estudos do cientista político norte-americano Philip E. Converse.

            Concluímos esse artigo com mais algumas citações onde esses dois últimos aspectos mencionados são devidamente enfatizados e um pouco mais explicados:

 

            1) “O Cristianismo foi introduzido no mundo com uma relação especial com as grandes religiões do Oriente, e sob a mesma regência divina. E muito longe de ser concebido como um rival e suplantador do Budismo, ele era a direta e necessária continuação desse sistema. E os dois são apenas partes de um todo contínuo e harmonioso, no qual a parte que veio por último é somente o indispensável acréscimo e complemento da parte que veio anteriormente. (...)

Se não fosse por Buda, não poderia ter havido Jesus, nem teria ele sido suficiente para atender ao homem integral; pois o homem deve ter a Mente iluminada antes que as Afeições possam ser despertadas. Nem teria sido o Buda completo sem Jesus. Buda completou a regeneração da Mente; e por meio de sua doutrina e prática os homens são preparados para a graça que vem por meio de Jesus. Motivo pelo qual nenhum homem pode ser propriamente cristão, se não for também e primeiramente budista.

            Assim, as duas religiões constituem, respectivamente, o aspecto exterior e o aspecto interior do mesmo Evangelho, os alicerces estando no Budismo – incluindo nesse termo o Pitagorianismo – e a iluminação estando no Cristianismo. E da mesma forma que sem o Cristianismo o Budismo está incompleto, assim também o Cristianismo sem o Budismo é ininteligível. [The Perfect Way; or, the Finding of Christ (O Caminho Perfeito; ou, a Descoberta de Cristo), pp. 250-251]

 

            2) Da união espiritual na fé una do Buda e do Cristo nascerá a esperada redenção do mundo”. (O Caminho Perfeito, p. 252)

 

            3) Uma vez erguido o véu do simbolismo da face divina da Verdade, todas as Igrejas são similares, e a doutrina básica de todas é idêntica (...). Grega, Hermética, Budista, Vedantina, Cristã – todas essas Lojas dos Mistérios são essencialmente unas e são idênticas em doutrina. (...)

            Nós sustentamos que nenhum credo eclesiástico isolado é compreensível somente por si mesmo, se não for interpretado com o auxílio de seus antecessores e de seus contemporâneos.

            Por exemplo, estudantes de teologia cristã somente aprenderão a entender e a apreciar o verdadeiro valor e significado dos símbolos que lhes são familiares por meio do estudo da filosofia Oriental e do idealismo pagão.

            Pois o Cristianismo é o herdeiro dessa filosofia e desse idealismo, e o que há de melhor em seu sangue vem das veias dessa filosofia e desse idealismo.

            E visto que todos os seus grandes antecessores ocultaram por trás de suas fórmulas e ritos externos – os quais são meras cascas e coberturas para entreter os pobres de entendimento – as verdades internas ou ocultas reservadas ao iniciado, assim também o Cristianismo reserva aos buscadores sérios e aos pensadores mais profundos os Mistérios internos verdadeiros, que são unos e eternos em todos os credos e igrejas desde o princípio do mundo.

            Esse significado verdadeiro, interior e transcendental é a Presença Real velada nos Elementos do Divino Sacramento: – a substância mística e a verdade simbolizadas sob o pão e o vinho das antigas orgias de Baco, e agora da nossa própria Igreja Católica.

            Para aquele não sábio, que não pensa profundamente, que é supersticioso, os elementos físicos são a finalidade do rito; para o iniciado, o vidente, o filho de Hermes, eles são apenas os sinais externos e visíveis daquilo que é sempre, e necessariamente, interno, espiritual e oculto”. [Life of Anna Kingsford (Vida de Anna Kingsford), Vol. II, pp. 123-124.]

 

            4) “Vejam que acima de todas as coisas vocês ensinem a doutrina das Castas. Os cristãos cometeram um sério erro ao requerer a mesma regra de todas as pessoas. As castas são como degraus por meio dos quais se ascende do mais baixo para o mais alto. Elas são, propriamente, graus ou níveis espirituais, e não guardam qualquer relação com a condição externa da vida. Como todas as demais doutrinas, aquela das castas foi materializada. As castas são quatro em número, e correspondem à quádrupla natureza do homem.” (p. 50) (Anna Kingsford Vestida Com o Sol. O Livro das Iluminações de Anna Kingsford. Terceira Edição, 1937. 210 pp.)

 

            5) “O grande princípio da Reencarnação corre parelho com o princípio da Fraternidade Universal, porém isto ocorre se o aplicamos e o convertemos em uma coisa positiva na vida quotidiana. Porque dessas diferenças de idade surgem todas as possibilidades de uma Sociedade ordenada e feliz.” (A. Besant, A Fraternidade Aplicada às Condições Sociais, O Teosofista, p. 260, mar-abr/1939)

 

            6) “O termo “Fraternidade Universal” não é nenhuma frase ociosa. (...) é a única fundação segura para a moralidade universal.” (K.H., ML, carta n. 4)

 

            7) “Não serão nunca os fenômenos físicos que trarão convicção aos corações dos incrédulos na “Fraternidade” (Universal), mas sim fenômenos de intelectualidade, filosofia e lógica, se assim posso me expressar.” (K.H., ML, carta n. 35)

 

Nota: Vários dos grifos foram por nós adicionados.

 

 

            Obras Mencionadas

 

BARKER, A.T., comp. The Mahatma Letters to A.P. Sinnett. Pasadena, Theosophical University Press, 1975. 589 pp.

BESANT, A. The Changing World and Lectures to Theosophical Students. London, The Theosophical Publishing Society, 1910. 333 pp.

BLAVATSKY, Helena P. The Key to Theosophy. Bombay, Theosophy Company, 1987. 367 pp.

CONVERSE, Philip E. – The Nature of Belief Systems in Mass Publics. In: APTER, D. E., org. Ideology and Discontent. New York, The Free Press of Glencoe, 1964. p. 206-261.

CONVERSE, Philip E. – Public Opinion and Voting Behaviour. In: GREENSTEIN, F. I. – Handbook of Political Science, vol. 4, Reading, Massachusetts, 1975. p. 75-169.

CONVERSE, Philip E. et al. – The American Voter. New York, Wiley, 1960. 576 p.

JINARAJADASA, C., comp. Letters from the Masters of the Wisdom, 1st Series. Adyar, The Theosophical Publishing House, 1973. 183 pp.

JINARAJADASA, C., comp. Letters from the Masters of the Wisdom, 2nd Series. Adyar, The Theosophical Publishing House, 1973. 189 pp.

KINGSFORD, Anna and MAITLAND, Edward. The Perfect Way; or, the Finding of Christ. Hamilton, Adams & Co., London, 1882. Second enlarged and revised edition: Field and Tuer, London, 1887; and also Esoteric Publishing Company, Boston, 1988. 3rd edition: 1890. Fifth edition, with additions, and a Biographical Preface by Samuel Hopgood Hart: John M. Watkins, London, 1923. 405 pp.

KINGSFORD, Anna and MAITLAND, Edward. The Credo of Christendom: and Other Addresses and Essays on Esoteric Christianity. Edited by Samuel Hopgood Hart. John M. Watkins, London, 1916. 256 pp.

KINGSFORD, Anna. Clothed with the Sun, Being the Book of the Illuminations of Anna (Bonus) Kingsford. Edited by Edward Maitland. First edition: John M. Watkins, London, 1889. Second edition: The Ruskin Press, Birmingham, 1906. Third Edition: edited by Samuel Hopgood Hart, 1937. Sun Books (reprint), Santa Fe, 1993. 210 pp.

MAITLAND, Edward. Anna Kingsford – Her Life, Letters, Diary and Work. Two volumes. 3rd Edition, edited by Samuel Hopgood Hart. John M. Watkins, London, 1913. Vol. I, 442 pp.; Vol. II, 466 pp.

SISSON FILHO, Arnaldo. A Consciência Política na Massa e as Eleições de 1982 em Porto Alegre. (The Political Consciousness in Mass Publics). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1984. 159 p. Diss. M.A. Political Science.

SISSON FILHO, Arnaldo. O Que Há de Errado com a Política? (What Is Wrong With Politics?) Edited by Roda e Cruz Edições, Brasília, 2010. 107 pp.

(http://www.humanitarismo.com.br/humanitarismo/livro/index.htm)

 


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