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SISSON FILHO, Arnaldo. 
Anna Kingsford, 
Cristianismo Budista e Vegetarianismo. Entrevista para a jornalista Viviane Pereira, 
em maio de 2009. Publicada de forma resumida na Revista dos 
Vegetarianos (junho, 2009). Ano 3, Número 32, pp. 18-20.
Anna Kingsford, Cristianismo Budista
e Vegetarianismo
(Entrevista para a jornalista Viviane Pereira, 
maio/2009)
[Apresentação de Viviane 
Pereira]
          
Criado em família católica, Arnaldo Sisson Filho, 56 anos, começou cedo sua 
busca por respostas às questões que norteiam nossa existência. Estudou em 
escolas católicas romanas e, no final da adolescência, questionando tudo o que 
aprendera até então, tornou-se materialista, adepto do Marxismo. Dentro desse 
contexto escolheu estudar Economia para entender melhor as questões 
político-sociais do mundo. Depois, buscando respostas para fenômenos 
paranormais, conheceu a Sociedade Teosófica e dela passou a fazer parte, 
viajando para várias partes do mundo, buscando e difundindo conhecimento. Foi em 
uma palestra dessa organização que conheceu a pessoa que o levaria ao 
vegetarianismo, em 1973. Após presenciar fenômenos paranormais, ou psíquicos, mergulhou na busca de 
conhecimento, estudou religiões e encontrou no trabalho da Dra. Anna Kingsford 
(considerada a mãe do vegetarianismo moderno) e de Edward Maitland as respostas 
que buscava. Descobriu ali informações essenciais para resgatar o Cristianismo. 
“É a religião que está na base da civilização ocidental, que hoje domina o 
mundo, para o bem ou para o mal”, avalia. Além de difundir o trabalho desses que 
ele considera grandes profetas, Arnaldo tem como missão partilhar o conhecimento 
adquirido em sua peregrinação. Seu novo desafio é uma obra que prepara sobre o 
Cristianismo Budista: “o Budismo e o Cristianismo são tradições que nasceram 
para se complementarem”.
          
Nessa entrevista ele fala um pouco desses projetos, da importância da 
religiosidade no atual momento que o mundo vive e do vegetarianismo dentro desse 
contexto.
          Por que se tornou 
vegetariano?
          
Eu tinha 19 anos, estava preocupado em ter um corpo saudável; tinha parado de 
fumar e beber. Eu havia me deparado com fenômenos paranormais, 
ou fenômenos psíquicos. Por exemplo, tinha perdido uma amiga em um acidente de 
automóvel e ela começou a aparecer para outros amigos e eu não acreditava em 
nada disso. Achava tudo uma ilusão, uma fantasia. E alguns amigos que eu 
conhecia há muitos anos diziam: isso está acontecendo, ela está se manifestando. 
Eu fui conferir e me dei conta de que havia alguma coisa de verdade por trás 
daquilo. Era um momento em que eu estava querendo investigar toda essa 
fenomenologia chamada paranormal ou, no meu linguajar, fenomenologia psíquica – 
que diz respeito à psiquê, à parte 
supra física da nossa constituição humana. No contexto desse 
questionamento fui assistir a uma palestra do inglês John 
Coats
– ele era um palestrante internacional da Sociedade Teosófica e depois foi seu 
presidente internacional. Depois da palestra fui conversar com ele e apresentei 
questões que me deixaram intrigado. Ele me convidou para uma conversa e no outro 
dia fui almoçar com ele na casa de uma professora de yoga, 
vegetariana, onde ele estava hospedado. Passamos a tarde inteira conversando; 
ele era vegetariano há muitos anos e me mostrou que se eu estava no caminho, na 
busca, me tornar vegetariano era a sequência natural. 
Como bom gaúcho, criado à base de churrasco, eu acreditava que as 
proteínas da carne eram importantes para a boa saúde. Com serenidade perguntei a 
ele: “Mr. John, não existe necessidade de carne para 
nossa boa alimentação?” Com a mesma amorosidade
ele pegou um arquivo onde tinha uma série de artigos, matérias, dados sobre 
vegetarianismo e começou a me mostrar que era possível viver muito bem, e até 
melhor, sendo vegetariano. Ele abordou o aspecto dos animais, da crueldade 
implícita nisso, me falou da trajetória dele e todas essas coisas me causaram 
profunda impressão. Ele me mostrou inclusive argumentos de natureza econômica, 
de como a solução para a fome do mundo pode estar ligada ao vegetarianismo. 
Tenho muita gratidão ao tanto que essa pessoa me ajudou, com o bom exemplo, a 
boa influência que essa pessoa foi na minha vida. Naquele momento tomei a 
decisão de estudar cientificamente a questão e que se encontrasse uma 
fundamentação científica para me tornar vegetariano, nunca mais voltaria a comer 
carne. Busquei alguns livros sobre nutrição e em menos de um mês eu tinha 
chegado à conclusão de que poderia ser vegetariano e viver muito bem. Nunca mais 
voltei a comer carne.
          A Sociedade Teosófica tem 
alguma inclinação para o vegetarianismo?
          
Sim, embora a fundadora da Sociedade, Madame Blavatsky, não fosse vegetariana. 
Na Sociedade Teosófica existe uma grande tendência em favor do vegetarianismo. 
Não é obrigatório, mas a Sociedade já fez muito pelo vegetarianismo e, assim 
como sou grato ao Sr. John Coats, por extensão sou 
grato à Sociedade por ela ter me trazido essa influência beneficente em minha 
vida. Muitos autores dessa Sociedade fizeram
muito pelo vegetarianismo.
          Você encontrou no seu 
caminho o trabalho da Dra. Anna Kingsford, considerada a mãe do vegetarianismo. 
Na obra dela, a defesa do vegetarianismo é muito evidente. Qual o principal 
argumento dela nessa defesa?
          
A Dra. Anna Kingsford foi estudar medicina em uma época em que as mulheres nem 
eram aceitas nas faculdades de medicina da Inglaterra – estamos falando de 
meados do século XIX. Na Universidade de Paris as mulheres recém tinham sido 
aceitas. Havia polêmica entre os professores: muitos diziam que as mulheres não 
eram talhadas para o estudo da medicina, que não tinham constituição emocional 
para isso. As poucas mulheres que estudavam tinham que ser estudantes muito boas 
para passar nas disciplinas cujos professores acreditavam que as mulheres não 
eram talhadas para o estudo e prática da profissão médica. Ela fez isso porque 
queria promover cientificamente o vegetarianismo. O trabalho de conclusão de 
curso se chamou ‘Da Alimentação Vegetariana para o Ser Humano’. Foi uma defesa 
científica do vegetarianismo – a sua primeira grande defesa acadêmica. Essa obra 
é um marco na história do vegetarianismo e é impressionante porque os argumentos 
que ela usa são os argumentos principais do vegetarianismo até hoje. Depois ela 
traduziu essa obra para o inglês e publicou em 1881 na Inglaterra com o titulo 
‘O Caminho Perfeito na Dieta’ – uma adaptação da tese para um público mais geral 
(essa obra está no site na íntegra em inglês).
          O que ela aborda nessa obra?
          
Ela trata dos aspectos sociais do vegetarianismo, bem como dos aspectos 
humanitários, da crueldade com os animais. Como médica, é claro, aborda também 
questões de saúde, de como a ingestão de carne, de gordura animal, está 
associada a determinadas enfermidades; ela trata da questão da obesidade, do alcolismo, entre várias outras. Fala até de fatores 
ambientais – como a indústria do couro afetava a saúde dos rios na Inglaterra. É 
uma obra aprovada pela Universidade de Paris e um marco na história do 
vegetarianismo contemporâneo. Os argumentos que ela usa são impressionantes para 
sua época, desde a fundamentação filosófica religiosa, passando pela questão 
médica e da saúde em geral, até os aspectos sócio-econômicos.
          Na questão religiosa, porque 
é importante ser vegetariano?
          
Todas as religiões que merecem esse nome nos dizem que Deus é amor e que 
religião significa nos aproximarmos e vivermos o amor até o ponto em que nos 
tornamos, nos fundimos com o amor e com a vontade de 
Deus. Como disse o filósofo Plotino
‘o olho só conseguiu enxergar o Sol porque assumiu sua forma em miniatura’ – é 
uma analogia que demonstra que se quisermos nos aproximar do grande amor, que 
está no coração desse universo, temos que iniciar sendo um pequenino amor nesse 
universo. Temos que assumir essa forma de Deus, de 
amorosidade, ainda que em miniatura. O vegetarianismo é a expressão 
natural do amor, da sensibilidade, de não infligir sofrimentos desnecessários em 
nossa vida. Esse é o aspecto mais óbvio do vegetarianismo que está diretamente 
associado com a religiosidade – desenvolver em você, ainda que em miniatura, o 
amor divino.
          
Devemos lembrar da grande lei de ação e reação: se estamos no mundo semeando 
crueldade e dor ao animais, nós vamos colher dor. É o 
que estamos colhendo: violência crescente, agressões, desestabilidade ambiental 
cada vez maior, doenças que estão surgindo.
          Você acha que a religião 
pode ajudar a difundir o vegetarianismo e o amor aos animais, esse sentimento de 
proteger, defender os animais?
          
Não só pode como deve. Uma das coisas que eu acho mais apaixonante na obra da 
Dra. Ana Kingsford é que ela, como cristã, percebeu a importância de resgatar 
esse conhecimento dentro do contexto do Cristianismo, conhecimento que se perdeu 
ao longo dos séculos. Um texto dela e de seu grande companheiro de trabalho 
Edward Maitland mostra que o vegetarianismo era uma parte integrante do 
verdadeiro Cristianismo. Que o verdadeiro Cristianismo é vegetariano. E não da 
forma que como hoje, da maneira deturpada, querem nos passar. O texto chama-se O Vegetarianismo e a Bíblia, e está no Site Anna Kingsford: 
www.anna-kingsford.com
          
A religião não só pode como deve auxiliar na promoção do vegetarianismo porque a 
verdadeira religião é essa que nos torna, ainda que em miniatura, espelhos do 
amor divino. E o vegetarianismo é uma natural expressão do amor divino.
          Em que momento do 
Cristianismo se perdeu essa idéia do vegetarianismo e por que houve essa perda?
          
A história do Cristianismo é complexa e cheia de 
conflitos. Encontramos já nas cartas de São Paulo esse conflito estampado: ele 
mostra comunidades judáico-cristãs
que eram a favor do vegetarianismo e outras, dentro do Cristianismo, que já não 
eram vegetarianas.
          
Essas comunidades começaram a discutir entre elas desde aquela época e há cartas 
de São Paulo querendo harmonizar, indicando que não se acusassem mutuamente. Com 
esses conflitos que já existiam dentro do Cristianismo, à medida que ele foi se 
tornando religião oficial do império romano, foi se corrompendo. O Cristianismo, 
desde então, foi abrindo mão de coisas que eram essenciais, e passando a ser 
influenciado pela política vulgar, fazendo concessões para o mundo e seu 
status quo
dominante, sobretudo em Roma e, a partir daí, impondo à força essa degeneração.
          O Cristianismo se adaptou à 
realidade vigente.
          
Adaptou-se de uma forma degenerada. E, desse modo, temos isso que a gente chama 
hoje de Cristianismo, que não é o verdadeiro Cristianismo; é uma forma deturpada 
e anti-cristã. Restam hoje, 
do verdadeiro Cristianismo, alguns símbolos sagrados e algumas poucas coisas 
ainda divinas.
          
Nessa etapa de se tornar religião do império romano o Cristianismo começou a ser 
usado pelos políticos e sacerdotes de forma deturpada, em conflito com os 
verdadeiros profetas que eram ligados à vontade e à sabedoria 
divinas. Essas mudanças acabaram excluindo o conhecimento fundamental do 
vegetarianismo do Cristianismo.
          Você percebe uma consciência 
maior em relação à opção vegetariana atualmente?
          
Não há duvida quanto a isso. É uma coisa palpável dentro do mundo. Acho que 
mesmo dentro do próprio Cristianismo a gente pode observar isso de forma 
inicial.
          A que você atribui esse 
avanço?
          
Atribuo ao trabalho de pessoas que deram e dão a vida por isso. Sempre é assim. 
Os avanços da humanidade sempre dependem de alguns poucos que se sacrificam por isso. Pelo mundo afora tem pessoas que dão seu 
tempo, sua energia para promover o vegetarianismo. Está acontecendo na nossa 
época um movimento de resgatar uma religiosidade mais verdadeira, e o 
vegetarianismo aparece naturalmente dentro desse movimento, embora de maneira 
ainda inicial. Precisamos avançar muito.
          Muita gente fala que 
energeticamente comer carne faz mal, para meditar, no contato com seu eu 
interior. Nos seus estudos você constatou isso?
          
Influencia muito. Esse é um conhecimento milenar da humanidade: na antiguidade, 
os verdadeiros místicos, os santos, os profetas já falavam isso. Não é nenhuma 
novidade. Se há alguma novidade é essa degeneração que aconteceu. Comer carne 
afeta pesadamente nossa capacidade psíquica, psíquico-espiritual. Eu, como 
estudante, aprendi isso de muitas fontes, seja no Oriente seja no Ocidente.
          Dentro do Cristianismo há a 
sexta-feira santa, quando não se pode comer carne vermelha. Antigamente era a 
quaresma, uma restrição de 40 dias. Como era isso e o que se transformou?
          
Esses são resquícios, esse reconhecimento de não comer carne é alguma coisa que 
sobrou. Nas comunidades cristãs ortodoxas, que se separaram de Roma há muitos 
séculos, esse conhecimento é mais explícito e o jejum acontece durante toda a 
quaresma – eles não comem carne na quaresma toda, mas no domingo pode. No 
catolicismo romano sobrou a sexta-feira santa, mesmo assim só com a carne 
vermelha.
          Por que? Qual o argumento?
          
O argumento que se usa é de que nesse período é preciso co-participar do 
sacrifício de Cristo, para combater a gula, por exemplo. Hoje, e desde séculos, 
é considerado como uma penitência. É um resquício de uma forma de dizer: isso é 
o melhor, deveria ser assim. Mas a coisa se perdeu tanto, que desde vários 
séculos se considera um sacrifício, uma penitência, não comer carne.
          
Ser vegetariano é apenas um alicerce preliminar, o reconhecimento da importância 
da benevolência em nossa vida. Para as pessoas que querem se aprofundar mais na 
vida religiosa verdadeira, o vegetarianismo é uma base, e essas pessoas precisam 
avançar para uma alimentação mais pura. A Dra. Ana Kingsford traz o conhecimento 
de que deveríamos migrar não só para o vegetarianismo, mas também ingerirmos 
cada vez mais alimentos crus na nossa dieta, pois eles têm tremenda importância 
para a vitalização
psíquica dos nossos corpos. Para nos tornarmos pessoas mais sensíveis 
psiquicamente, seria muito importante que nos alimentássemos mais de alimentos 
crus, tanto quanto possível.
          Qual a base da defesa da 
Dra. Ana Kingsford para a alimentação crua?
          
Ela nos traz esse tema em alguns textos, com a limitação de recursos que a época 
impunha. Há um texto, que está traduzido no nosso site, que se chama O Banquete dos Deuses. Esse texto é 
um diálogo entre ela e semideuses. É o relato de uma 
percepção, de uma visão psíquica. Nele ela descreve um banquete onde os deuses 
falam que a alimentação das pessoas que querem se aproximar deles, que querem 
avançar nas etapas mais adiantadas da realização espiritual, tem que ser 
basicamente crudívora. Ela nos fala que 
Ephaistos, o deus do fogo, é um destruidor, e que ao passar pelos 
alimentos nos deixa coisas mortas, sem vida, com efeitos muito nocivos para a 
saúde e para a percepção psico-espiritual. Hoje, com o 
conhecimento científico, podemos ir além. Podemos saber, por exemplo, que as 
enzimas e muitas vitaminas são destruídas pela cocção, que muitas propriedade 
vitalizantes
dos alimentos se perdem com uma grande elevação da 
temperatura.
          Por que você se dedica à 
filosofia e à religião? Por que tomou esse rumo na sua vida?
          
Por uma busca de justiça, de levar, principalmente para as pessoas mais 
carentes, um bem estar, uma felicidade não somente em termos físicos, mas também 
uma felicidade psicológica e espiritual, ou seja, uma paz interior verdadeira.
          
Na minha busca de soluções para os conflitos da excessiva desigualdade social, 
fui percebendo que a questão econômica depende da questão política, que depende 
da questão filosófica, a qual depende da questão religiosa. É como um dominó em 
que uma vai influenciando a outra de forma inexorável.
          
O Sr. Krishnamurti, esse grande pensador e profeta do 
século XX, afirmou que a religião é a
base de qualquer civilização. As questões e as idéias finais, ou últimas – o 
porquê da gente estar aqui, o que viemos fazer, qual a constituição do ser 
humano, essas idéias mais profundas, que desenham uma finalidade para nossa 
existência, são fundamentais porque determinam o resto da nossa existência, 
individual e coletiva. Se a religião é a base de qualquer civilização, as grandes instituições do 
mundo que aí está são filhas da degeneração religiosa. Isso é um fato. Assim, se 
quisermos ter soluções para os problemas mundiais, precisamos resgatar a verdade 
filosófica e religiosa antes de qualquer coisa.
          A religião está na base 
dessa transformação social.
          
Quando a gente nega a religião, como os materialistas tentam fazer, não abrimos 
mão de idéias metafísicas, porém, simplesmente, passamos a ter uma metafísica 
fajuta, ruim. Ainda assim você precisa de idéias que estão além do físico. Não 
se vive sem elas, nem individual, nem coletivamente.
          Em relação aos animais, o 
direito dos animais passa também por uma consciência nessa área, de igualdade, 
de equidade?
          
Passa. Se nós formos defender os animais baseados em uma filosofia materialista 
acabamos fazendo bobagem. Uma filosofia religiosa é como um mapa que orienta 
nossa vida. Se você tem um mapa ruim, vai seguir caminhos errados. Se você tem 
um mapa bom, mesmo assim ainda tem chance de não chegar, porque a estrada ainda 
assim é difícil, cheia de desafios. Mas se você sequer tem um mapa decente, como 
vai chegar lá? Ai não tem chance nenhuma. O mundo hoje se orienta usando mapas 
muito equivocados, tanto no campo religioso quanto no campo sócio-político.
          Dentro da filosofia e da 
religião, a ética é muito presente, está no cerne. Eticamente falando não parece 
correto que um animal como o gato e o cachorro sejam tratados com carinho e 
outro animal seja torturado, assassinado. Como as pessoas resolvem isso na suas 
religiões para justificar essas atitudes, pessoas que vivem dentro de certa 
ética religiosa?
          
Não se resolve. Elas levam a vida com essa incongruência, esse contra senso, 
mesmo no caso das pessoas ditas religiosas. Em um departamento da vida se 
acredita em uma coisa, em outro se acredita em outra coisa. Em um dia age de um 
jeito, em outro, de outro jeito. Em um lugar age de uma forma, no trabalho de um 
jeito, em casa de outro, na igreja diferente. A vida das pessoas é cheia de 
incongruências porque a filosofia que rege suas vidas é deficiente, equivocada. 
Por isso é muito importante esse trabalho de buscar melhorias, de buscar maior 
veracidade, mais luz, no campo filosófico e religioso.
          Você criou o site da Dra. 
Kingsford (www.anna-kingsford.com) 
para difundir o trabalho dela. Quais os planos de futuro dentro do objetivo de 
projetar essa mensagem?
          
O trabalho de difundir e continuar a mensagem desses profetas é algo vasto. 
Os objetivos do Novo Evangelho da Interpretação (como 
Kingsford e Maitland chamaram essa mensagem) são tão vastos como “a abertura das 
Bíblias do mundo”, “elevar o nível do ideal religioso, retirando-o do plano 
externo e físico, para o plano interno e espiritual, e assim derrotar o domínio 
do materialismo sobre a vida moral”, ou ainda, “a restauração do verdadeiro 
Cristianismo, esotérico e espiritual”.
          
Hoje o que temos projetado é continuar traduzindo as obras principais de 
Kingsford e Maitland, escrever e publicar obras, sobretudo de apresentação dessa 
mensagem, e também desenvolver vídeos, realizar reuniões e palestras.
          
Estamos concluindo a tradução do texto de Anna Kingsford sobre o Credo 
do Cristianismo, que logo estará no site. Também estamos trabalhando 
numa obra sobre o Cristianismo Budista, pois esses profetas nos ensinaram que o 
Budismo e o Cristianismo são tradições que nasceram para se completarem, como 
dois aspectos de um mesmo grande evangelho católico, ou seja, universal.
          
Como para fazer isso de forma mais ampla são necessários recursos, estamos 
desenvolvendo alguns projetos que visam, entre outras coisas, nos dotar de mais 
recursos para essa obra no futuro. Um desses projetos é o plantio de árvores. 
Esse projeto visa tanto gerar recursos, como transformar essa fazenda em um 
centro de educação ambiental, bem como de retiro, de paz e de difusão de forças 
espirituais. O local fica do Distrito Federal, perto da Pedra Fundamental.
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