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Tradução: Daniel M. Alves –
Revisão e edição:
Arnaldo Sisson Filho
[Embora o texto em inglês seja de domínio público, a tradução não é. Esse
arquivo pode ser usado para qualquer propósito não comercial, desde que essa
notificação de propriedade seja deixada intacta.]
CAPÍTULO VIII
“Aquilo que um Homem Semear”
1. (*) É A ALMA, portanto, que sendo o verdadeiro ego, continuamente adquire, anima e descarta
(p. 23)
cada uma das inúmeras formas de vida orgânica – vegetal, animal e humana – necessárias para seu crescimento em experiência e aperfeiçoamento através do sofrimento, até que, como Alma do Homem Regenerado, ela não mais necessite de corpos materiais neste ou em qualquer outro mundo, tendo alcançado a salvação.
Pois a alma, para triunfar sobre e re-criar a matéria, deve ter pleno conhecimento da matéria. Para transcender e transmutar a forma ela deve ter completa experiência da forma. Após descer como ego até a criação, ela deve voltar a ascender por meio da emancipação de si mesma do poder do corpo.
2. Uma vez que a alma se polarizou e se lançou para a vida dentro de um organismo, ela passa a estar sob a operação da lei de [Causa e] Conseqüência, ou Carma, e a partir de então ela cria para si mesma corpos ou formas que são, por natureza e tendências, o resultado exato de sua conduta pretérita.
As capacidades para o bem ou para o mal de cada sucessiva encarnação física do ego do ser humano dependem das tendências – para o bem ou para o mal – estimuladas por ele como ego em encarnações passadas, e desse modo também é composta a relativa felicidade ou tristeza do ego nos períodos entre cada encarnação.
A conduta do homem hoje está determinando suas próprias circunstâncias e características futuras, e o instrumento com o qual seu destino é moldado, o próprio homem o forja com o ferro de seus pensamentos e atos no crisol de seu caráter.
O homem é o resultado de seu pensamento – o Caráter é Destino. Essa é uma lei de eqüidade; nem gentil, nem cruel, apenas eternamente justa. Ignorar ou negar sua soberania traz infelicidade e perplexidade, compreendê-la e usá-la trás paz e segurança. Ela é a lei da hereditariedade espiritual para o verdadeiro ser.
“Feito Perfeito Por Meio do Sofrimento”
3. Assim, a doutrina fundamental da evolução é a antiga lei da progressão da alma através da transmigração, tendo o Carma como o meio tanto de aprisionamento quanto de libertação. Ele é para a maioria –
(p. 24)
até que a alma aprenda a distinguir entre o permanente e o transitório – um processo de sofrimento, ainda que todo o sofrimento venha de dentro e seja, portanto, um sofrimento merecido. E embora o sofrimento, no sentido da impermanência, seja inerente à natureza da existência – uma vez que a existência é uma parcial limitação ou afastamento do Ser ou Deus – ela é, contudo, o canal para a expansão da consciência, o caminha da iniciação para a alma. O sofrimento do ego no homem é um equivalente, uma oitava abaixo, do sofrimento de Deus na criação.
O sofrimento individual e as tendências individuais jamais podem ser compreendidos sob a tênue luz de uma única vida física terrena, mas tão somente pela tocha da Reencarnação empunhada nas mãos do Carma. Portanto, embora seja difícil conceber a passagem da alma através do véu da matéria exceto pelo caminho do sofrimento e da experiência, é possível para o indivíduo organizar sua vida encarnada de tal modo que todo o sofrimento seja para ele como as asas de sua ascensão em direção ao Altíssimo.
4. A causa do sofrimento e a raiz do pecado estão relacionados com a alma e não com a personalidade exterior. Essa causa é, em síntese, o desejo inferior. Ele se origina na negação pela alma da sua natureza espiritual, o abandono de seu centro divino para [buscar] as coisas dos sentidos, o desejo daquilo que não é Deus.
Renunciando sua verdadeira identidade como substância espiritual ela, dessa forma, identifica-se com a natureza corpórea e, caindo sob o domínio da matéria, se distancia de seu anterior estado de pureza. Como a noção do certo e do errado é inerente à alma, ela tem a faculdade de escolher entre o interno e o externo, e é livre para assim escolher. Mas de sua escolha permanente depende tanto sua perpetuação final como parte do Espírito ou Ser de Deus, quanto a retirada definitiva do espírito que a anima, e sua conseqüente dispersão ou extinção como individualidade.
O homem é, de fato, livre para aceitar ou negar a Deus –
(p. 25)
ele não é nenhuma marionete do Todo Poderoso – mas sua escolha é, no fim das contas, uma escolha entre o Ser e a aniquilação. A real ocorrência da última hipótese pode ser extremamente rara, porém a sua possibilidade não pode ser ignorada em uma concepção da existência que não é nem arbitrária nem mecânica.
NOTAS
(22:*) N.T.: Essa numeração indica os parágrafos no original, em inglês.
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