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XXIV.

 

Evento Aqui Afirmado Significa a Completude do Homem
Segundo Sua Própria Imagem Divina, por Meio de Sua Promoção à Maturidade Espiritual

 

            Assim, longe de haver qualquer anterior real improbabilidade contra a ocorrência de um evento tal como o que aqui se afirma, não obstante sua natureza seja supremamente transcendente, há, bem ao contrário, paralelos históricos mostrando anterior probabilidade, e isso em tal grau e espécie que ele se ergue como uma certeza moral. De modo que aqueles que realizaram, com a devida honestidade e com uma mente perceptiva, estudos intelectuais sobre a história espiritual de nosso planeta, ou que por meio da

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recuperação de suas próprias percepções e lembranças intuicionais se tornaram conhecedores do passado remoto do mundo e da verdadeira natureza da existência, o surpreendente seria não a ocorrência, mas a não-ocorrência de um evento como o que estamos considerando, e isso no nosso próprio tempo, da mesma maneira, e sob as mesmas condições que foram previstas. A falha em sua ocorrência, e de ocorrer no tempo e da maneira prevista, teria se constituído para eles uma irregularidade tão chocante, assim como tão desastrosa, quanto o dia falhar em seguir à noite, ou o verão retornar depois do inverno.

 

            Aquilo, portanto, que essa Sociedade afirma representar não é nenhum esquema imaturo, superficial ou estreito, ou uma vã adição à multidão de organizações já existentes, religiosas ou de outro tipo; nem qualquer extravagância pensada para celebrar um fim de século. É o reconhecimento, a inauguração e promoção do estágio final de um processo evolutivo que durante milhares de anos vem se desenvolvendo, e envolve os mais elevados interesses de um planeta inteiro: de um estágio, sobretudo, cujo ingresso no período e sob as condições prevalecentes na Igreja e no mundo que agora vemos, foi o tema de inspiradas profecias, de revelação divina e de sagradas Escrituras desde os primórdios espirituais do mundo.

            Isto porque se trata da promoção do ser humano à sua verdadeira, posto que espiritual, condição de homem, por meio de sua promoção à sua verdadeira, posto que espiritual, condição de mulher, elevando-o à condição a qual – como a Bíblia insiste – ele é por constituição: um instrumento de conhecimento capacitado a compreender toda a verdade, e a partir daí até sua completa elaboração segundo sua própria imagem divina: “Pois primeiro é formado Adão, depois Eva”. Porque aquilo que está em primeiro lugar na intenção divina, vem por último na manifestação divina. Dizer o que significa dizer que se trata do estabelecimento da real e substancial Igreja de Cristo, em lugar da nominal e aparente. Pois, do mesmo modo que somente quando o indivíduo nasceu novamente ele realmente nasceu,

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assim também somente quando a Igreja nasceu novamente ela realmente nasceu. E a segunda vinda de Cristo – aquela onde Ele “vem nas nuvens do céu” da compreensão da Igreja – é o segundo nascimento ou regeneração da Igreja, que é aquilo que a qualifica para ser mãe da nova Humanidade. De modo que uma Igreja regenerada significa um Mundo regenerado.

 

            Tal é a finalidade para a realização da qual a União Cristã Esotérica está dedicada.

 

            LONDRES, Festa de São Miguel [29 de setembro], 1892.

 

 

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