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II.

 

Distinção entre o Esotérico e o Eclesiástico

 

            1. (**) Como seu nome implica, a União Cristã Esotérica encontra a doutrina que preenche essas condições na Bíblia e no Cristianismo quando interpretados esotericamente, e, portanto,

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quando interpretados segundo a visão e os princípios definidos e prescritos nas Escrituras, e não conforme apresentados eclesiasticamente. Pois, enquanto as Escrituras insistem na importância do Espírito e da Essência, fazendo desses o “Sangue e a Água” da vida divina, e enquanto as Escrituras apelam para a compreensão, o Sacerdotalismo – reduzindo a nada as mais vigorosas afirmações das Escrituras – se apóia na Letra e na Forma, materializa a verdade e – insistindo no Inexplicável – nega a Compreensão, e apela para a Autoridade.

 

            Ao fazer isso, o Sacerdotalismo se opõe frontalmente às Escrituras quanto à doutrina e à prática, e não menos do que isso quanto ao método. Pois ele representa de forma tão equivocada o Cristianismo até o ponto de o destituir de toda semelhança com a religião do Cristo, tornando o Cristianismo, sob todos os aspectos concebíveis, num obstinado e irreconciliável oponente da religião do Cristo.

 

            De modo que se pode afirmar com absoluta certeza que, admitindo que o Cristianismo possua o poder para regenerar o mundo, a responsabilidade por seu fracasso em fazê-lo e, consequentemente, pela degradação e sofrimento do mundo, não repousa nem no Cristianismo nem no mundo, mas sim no Sacerdotalismo.

 

            2. Mas não necessariamente, portanto, com os Eclesiásticos. Esses, como regra, herdaram o sistema estando inconscientes quanto à sua real natureza e origem, e visam o bem com o qual ele está relacionado; e de acordo com suas melhores luzes eles se empenham diligentemente em fazer com que ele sirva a fins elevados.

 

            Mas, como agora já se trata de um segredo que foi exposto às claras, eles foram terrivelmente oprimidos – e nunca tanto como agora – por sua inaptidão em reconciliá-lo com o caráter e com o ensinamento de Cristo, ou mesmo com suas próprias percepções sobre a bondade e a verdade.

 

            E não há classe para a qual nossa Sociedade apele com mais profunda simpatia, ou com mais ardente antecipação de alegria e gratidão de parte deles, por ser ela o meio pelo qual se coloca diante deles o ensinamento que eles mesmos representam. Uma vez que essa doutrina lhes permite, ao mesmo tempo em que mantém tudo aquilo que julgam como sendo realmente valioso, se desfazerem
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de tudo aquilo que até aqui tem sido simplesmente um ultraje à razão e uma ofensa à consciência e, portanto, um fardo pesado de carregar.

 

            Pois, de tudo isso, a verdade – conforme foi finalmente desvelada e exposta – os libertará por completo; ao demonstrar que Cristo é de forma muito real, e em um sentido que de longe supera tudo o que foi até aqui imaginado, aquilo que Seu nome de Jesus significa: o Libertador.

 

NOTA

 

(9:**) N.T.: Essa numeração indica os parágrafos no original, em inglês.

 

 

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