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[Tradução: Arnaldo Sisson Filho. Embora o texto em inglês seja de domínio público, a tradução não é. Esse arquivo pode ser usado para qualquer propósito não comercial, desde que essa notificação de propriedade seja deixada intacta.]

 

 

(p. 20)

Capítulo IX

 

SOBRE A PROFECIA DO LIVRO DE ESTER (2)

 

O livro mais importante da Bíblia para você estudar agora – e aquele mais próximo de ser cumprido [quanto à sua profecia] – é um dos livros mais místicos do Velho Testamento: – o Livro de Ester.

Esse Livro é uma profecia mística, escrito sob a forma de uma história real. Se eu lhe der a sua chave, a pista de seu

(p. 21)

fio condutor, será a coisa mais fácil do mundo desvendar o todo.

O grande Rei Assuero [Xerxes], que tinha o mundo todo sob seu domínio, e possuía a riqueza de todas as nações, é o gênio da Era.

A Rainha Vasti, que por sua desobediência ao rei foi deposta de seu trono real, é a ortodoxa [tradicional] Igreja Católica.

Os judeus, espalhados pelas nações sob o domínio do rei, são o verdadeiro Israel de Deus [vide a interpretação do Evangelho Interpretação].

Mardoqueu, o judeu, representa o espírito da razão intuitiva e da compreensão [do entendimento].

Seu inimigo Hamã é o espírito do materialismo, acolhido sob o favor e a proteção do gênio da Era, e exaltado ao lugar mais alto nos conselhos do mundo após a deposição da religião ortodoxa [tradicional].

Agora, Hamã tem uma esposa e dez filhos.

Ester – que, sob o cuidado e tutela de Mardoqueu, é criada pura e virgem – é aquele espírito do amor e interpretação compreensiva que redimirá o mundo.

Eu lhes disse que ele [o mundo] será redimido por uma “mulher”.

Agora, os diversos sistemas filosóficos, pelos quais os conselheiros da Era propõem substituir a Igreja destronada, são um a um submetidos ao julgamento da Era; e Ester, vindo por último, encontrará aprovação.

Durante seis meses ela deverá ser ungida com óleo de mirra, isto é, com estudo e treinamento severos e amargos, de modo que ela possa ser proficiente [versada] no conhecimento intelectual, como devem ser todos os sistemas que buscam o favor da Era.

E seis meses com doces perfumes, isto é, com a amorosidade cordial e respeitosa da imaginação e poesia das fés [tradições] do passado, de modo que a religião possa não carecer de candura e beleza.

No entanto, ela não deve buscar se cobrir com nenhum daqueles ornamentos do dogma, ou dos meros sentidos, os quais, por esperteza enganosa da classe sacerdotal, os sistemas anteriores usaram para ganhar poder ou favores com o mundo e a Era, e pelo que eles se tornaram deficientes.

Agora surgem da escuridão e da tempestade, que cairão sobre a terra, dois dragões. (1)

E eles brigam e se despedaçam, até que surge uma estrela, uma fonte de luz, uma rainha, que é Ester.

Eu lhes dei a chave. Desvendem o significado de tudo o que está escrito.

(p. 22)

Não lhes digo se na história do passado essas vozes fizeram parte do mundo dos homens.

Se fizeram, adivinhem agora quem foram Mardoqueu e Ester.

Mas, lhes digo aquilo que será nos dias que virão. (1)

 

NOTAS

 

(20:2) Paris, Domingo de Páscoa, 1880. Anotado do ditado, a partir do ouvido interiormente, enquanto em transe. (Edward Maitland) Relatado em Life of Anna Kingsford (Vida de Anna Kingsford), Vol. I, pp. 352-354. Veja também Vol. II, p. 268.

(21:1) Os dois dragões são o materialismo e a superstição (veja Prefácio para a Primeira Edição, p. xxiv).

(22:1) O nome Ester – que é o mesmo que Páscoa [Easter, em inglês] – denota uma estrela, ou fonte de luz; uma aurora ou amanhecer. A festa [judaica] do Purim, instituída em homenagem ao salvamento mencionado no Livro de Ester, coincide com a data da Páscoa. Na Bíblia Protestante, a parte dos versículos que foram acrescidos ao Livro de Ester [que constam da versão grega] está colocada nos textos Apócrifos. A grafia usada é aquela da versão de Douay. A penúltima sentença refere-se, obviamente, ao trabalho no qual estamos engajados, mas não necessariamente aos próprios trabalhadores. (Edward Maitland)

 

 

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