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Sobre Cristianismo Budista

            Afirmou Toynbee: Daqui a Mil Anos Chamará Atenção Aproximação do Cristianismo com o Budismo
            “Faz alguns anos, Arnold Toynbee afirmou que quando o historiador de daqui a mil anos for escrever a história de nossa época, ele terá a sua atenção voltada não para a guerra do Vietnã, a disputa entre capitalismo e comunismo ou os distúrbios raciais, mas sim para o que terá sucedido quanto pela primeira vez o Cristianismo e o Budismo iniciaram um intercâmbio profundo. Essa observação é das mais interessantes, sendo a meu ver profundamente verdadeira.” (William Johnston, Cristianismo Zen, Ed. Cultrix, São Paulo, 1984. 130 pp. -- p. 5)

            Algum Dia Distante se Tornará a Religião de Grandes Nações
            “Sei que em algum dia ainda distante, agora, de fato, talvez muito remoto, a mensagem que nós pregamos em um canto se
tornará a religião de grandes nações.” (Anna Kingsford e Edward Mailtland, Addresses and Essays on Vegetarianism, p. 1)

            Aprender com o Budismo: Minha Preocupação no Momento
           
“No que me diz respeito, minha principal preocupação no momento é a de aprender com o Budismo. Não posso deixar de sentir que o Cristianismo ocidental, como de resto o próprio Ocidente, necessita urgentemente de uma transfusão de sangue. Feliz ou infelizmente, chegamos ao esgotamento (...) e necessitamos de novas perspectivas. Assim como uma era inteiramente nova descortinou-se para o Cristianismo quando Santo Tomás promoveu a divulgação de Aristóteles no século XIII, assim também uma nova era, ainda mais grandiosa, poderia tornar-se possìvel através da assimilação de certas concepções e atitudes budistas.”
           
(William Johnston, S.J., é autor da obra “Cristianismo Zen”. O autor dessa obra, jesuíta irlandês radicado no Japão, dirigiu o Instituto de Religiões Orientais da Universidade Sofia, em Tóquio. Para ele, conforme expõe nessa obra, a cooperação entre Oriente e Ocidente, através do Budismo, do Zen e do Cristianismo, é vital para os tempos que correm. Nesse aspecto o autor se une à mensagem da Dra. Anna Kingsford e Edward Maitland, ou seja, ao “novo” Evangelho da Interpretação.)

            Buda e Pitágoras, Moisés e Elias, Mente e Corpo, JesusCoração, Obras, Compreensão e Amor, Corpo, Mente e Coração
           
“Do mesmo modo que não fazia parte do projeto dos Evangelhos representar o percurso inteiro do Homem Regenerado, também não fazia parte desse projeto fornecer, no que diz respeito à vida e doutrina religiosa, um sistema integral e completo, independentemente dos que o antecederam.
           
Por ter uma relação especial com o Coração e o Espírito do Homem, e dessa forma com o núcleo da célula e com o Santo dos Santos do Tabernáculo, o Cristianismo, em sua concepção original, delegou a regeneração da Mente e do Corpo (...), ou o dualismo exterior do Microcosmo, a sistemas já existentes e amplamente conhecidos e praticados.
           
Esses sistemas eram dois em número, ou melhor, eram como dois modos ou expressões do sistema uno, cujo estabelecimento constituiu a “Mensagem” que antecedeu o Cristianismo pelo período cíclico de seiscentos anos. Esse sistema era a Mensagem na qual os “Anjos” estiveram representados em Gautama Buda e Pitágoras.
           
No caso desses dois profetas e redentores, praticamente contemporâneos, o sistema era, tanto na sua doutrina quanto na sua prática, essencialmente um e o mesmo. E suas relações com o sistema de Jesus, como seus necessários pioneiros e antecessores, encontram reconhecimento nos Evangelhos na alegoria da Transfiguração.
           
Os personagens que aparecem nesse evento – Moisés e Elias – são correspondentes hebraicos de Buda e de Pitágoras. E eles são descritos como tendo sido vistos pelos três apóstolos nos quais são representadas, respectivamente, as funções distintamente exercidas por Pitágoras, por Buda e por Jesus; ou seja, Obras, Compreensão e Amor, ou Corpo, Mente e Coração.
           
E pela sua reunião no Monte está representada a união dos três elementos, e a complementação de todo o sistema abrangido pelos três por Jesus, como o representante do Coração ou daquilo que é Mais Interno, e, em um sentido especial, como o “amado Filho de Deus”.
           
O Cristianismo, então, foi introduzido no mundo com uma relação especial com as grandes religiões do Oriente, e sob a mesma regência divina. E muito longe de ser concebido como um rival e suplantador do Budismo, ele era a direta e necessária continuação desse sistema. E os dois são apenas partes de um todo contínuo e harmonioso, no qual a parte que veio por último é somente o indispensável acréscimo e complemento da parte que veio anteriormente”. [The Perfect Way; or, the Finding of Christ (O Caminho Perfeito; ou, a Descoberta de Cristo), pp. 249-251]

            Buda (Incluindo Pitágoras) e Cristo são Necessários Um ao Outro: Formam Sistema Integral
           
“... não fazia parte desse projeto [do Cristianismo original] fornecer, no que diz respeito à vida e doutrina religiosa, um sistema integral e completo, independentemente dos que o antecederam.
           
(...) o Cristianismo, em sua concepção original, delegou a regeneração da Mente e do Corpo (...), ou o dualismo exterior do Microcosmo, a sistemas já existentes e amplamente conhecidos e praticados.
           
Esses sistemas eram dois em número, ou melhor, eram como dois modos ou expressões do sistema uno, cujo estabelecimento constituiu a “Mensagem” que antecedeu o Cristianismo pelo período cíclico de seiscentos anos. Esse sistema era a Mensagem na qual os “Anjos” estiveram representados em Gautama Buda e Pitágoras.
           
(...) suas relações com o sistema de Jesus, como seus necessários pioneiros e antecessores, encontram reconhecimento nos Evangelhos na alegoria da Transfiguração.
           
Os personagens que aparecem nesse evento – Moisés e Elias – são correspondentes hebraicos de Buda e de Pitágoras. Eles são descritos como vistos pelos três apóstolos nos quais são representadas, respectivamente, as funções distintamente exercidas por Pitágoras, por Buda e por Jesus; ou seja, Obras, Compreensão e Amor, ou Corpo, Mente e Coração. (...)
           
O Cristianismo, então, foi introduzido no mundo com uma relação especial com as grandes religiões do Oriente, e sob a mesma regência divina. E muito longe de ser concebido como um rival e suplantador do Budismo, ele era a direta e necessária continuação desse sistema. E os dois são apenas partes de um todo contínuo e harmonioso, no qual a parte que veio por último é somente o indispensável acréscimo e complemento da parte que veio anteriormente.
           
Buda e Jesus são, portanto, necessários um ao outro. E no sistema integral assim completado Buda é a Mente e Jesus é o Coração; Buda é o geral, Jesus é o particular, Buda é o irmão do universo, Jesus é o irmão dos homens; Buda é a Filosofia, Jesus é a Religião; Buda é a Circunferência, Jesus é o Interno; Buda é o Sistema, Jesus é o ponto de Radiação; Buda é a Manifestação, Jesus é o Espírito; em síntese, Buda é o “Homem”, Jesus é a “Mulher”.
           
Se não fosse por Buda, não poderia ter havido Jesus, nem teria ele sido suficiente para atender ao homem integral; pois o homem deve ter a Mente iluminada antes de que as Afeições possam ser despertadas. Nem teria sido o Buda completo sem Jesus. Buda completou a regeneração da Mente; e por meio de sua doutrina e prática os homens são preparados para a graça que vem por meio de Jesus. Motivo pelo qual nenhum homem pode ser propriamente cristão, se não for também e primeiramente budista.
           
Assim, as duas religiões constituem, respectivamente, o aspecto exterior e o aspecto interior do mesmo Evangelho, os alicerces estando no Budismo – incluindo nesse termo o Pitagorismo – e a iluminação estando no Cristianismo. E da mesma forma que sem o Cristianismo o Budismo está incompleto, assim também o Cristianismo sem o Budismo é ininteligível.
           
(...) da união espiritual na fé una do Buda e do Cristo nascerá a redenção vindoura do mundo.
           
(...) Aqueles que buscam casar Buda a Jesus são do celestial e superior; e aqueles que se interpõem ou se objetam ao casamento são do astral e do inferior”. [The Perfect Way; or, the Finding of Christ (O Caminho Perfeito; ou, a Descoberta de Cristo), p. 249-256]

            Budismo e Cristianismo Partes de um Mesmo Evangelho
           
“Em resumo, não são dois Evangelhos, mas dois aspectos, o externo e o interno, de um mesmo Evangelho. Pois o Budismo encontra sua tradução e complementação no Cristianismo, e o Cristianismo encontra sua concepção e seu alicerce no Budismo”. [The Living Truth in Christianity (A Verdade Viva no Cristianismo), pp. 26-27]

            Budismo e Cristianismo Partes de um Todo Contínuo e Harmonioso
           
“O Cristianismo foi introduzido no mundo com uma relação especial com as grandes religiões do Oriente, e sob a mesma regência divina. E muito longe de ser concebido como um rival e suplantador do Budismo, ele era a direta e necessária continuação desse sistema. E os dois são apenas partes de um todo contínuo e harmonioso, no qual a parte que veio por último é somente o indispensável acréscimo e complemento da parte que veio anteriormente. (...)
           
Se não fosse por Buda, não poderia ter havido Jesus, nem teria ele sido suficiente para atender ao homem integral; pois o homem deve ter a Mente iluminada antes que as Afeições possam ser despertadas. Nem teria sido o Buda completo sem Jesus. Buda completou a regeneração da Mente; e por meio de sua doutrina e prática os homens são preparados para a graça que vem por meio de Jesus. Motivo pelo qual nenhum homem pode ser propriamente cristão, se não for também e primeiramente budista.
           
Assim, as duas religiões constituem, respectivamente, o aspecto exterior e o aspecto interior do mesmo Evangelho, os alicerces estando no Budismo – incluindo nesse termo o Pitagorianismo – e a iluminação estando no Cristianismo. E da mesma forma que sem o Cristianismo o Budismo está incompleto, assim também o Cristianismo sem o Budismo é ininteligível”. [The Perfect Way; or, the Finding of Christ (O Caminho Perfeito; ou, a Descoberta de Cristo), pp. 250-251]

            Doutrina de Buda: Regeneração Completa da Mente e Indispensável Precursora da Doutrina de Cristo
           
“Pois o fato é que a doutrina de Buda, com suas Quatro Nobres Verdades, e seu Nobre Óctuplo Caminho, sua ilimitada compaixão em relação a toda a vida senciente, seu lógico ensinamento ético de desenvolvimento através da conquista de si mesmo e da autocultura, sua simples e não obstante profunda análise do sofrimento e da tristeza com o método da libertação desses (...), sua regeneração completa da mente, seus elevados códigos de moralidade e padrão de tolerância, paz e caridade – essa doutrina é a indispensável precursora e intérprete da doutrina de Cristo”. (A Verdade Viva no Cristianismo, p. 26)

            Fé Una do Buda e do Cristo Redenção do Mundo
           “Da união espiritual na fé una do Buda e do Cristo nascerá a esperada redenção do mundo”. [The Perfect Way; or, the Finding of Christ (O Caminho Perfeito; ou, a Descoberta de Cristo), p. 252]

            Karma e Continuidade de Existências Partes Integrantes do Budismo e do Cristianismo: Explicam Desarmonias e a Justiça Divina
           
“É tão somente a doutrina do Karma e da continuidade das existências que explica as desigualdades e desarmonias da vida e que justifica a Justiça Divina. E, vista desse ponto de vista, a vida tem uma amplitude muito maior do que aquela que é compatível com a idéia de uma única existência, e que torna a alma independente da disciplina da experiência terrena, uma vez que tal experiência é completamente negada para um vasto número daqueles que morrem na infância. O fato de que as escrituras cristãs não reconheçam explicitamente essa doutrina não representa nenhum argumento contra o fato de que ela seja uma doutrina cristã. Essa doutrina já estava no mundo no Budismo; e o Cristianismo, como o complemento e o coroamento do Budismo, não tinha nenhuma necessidade de reiterá-la”. [The Credo of Christendom (O Credo do Cristianismo), pp. 143-144]

            Louvor aos Budas-Cristos
            Maravilhosos e gloriosíssimos são todos os Budas-Cristos.
            Não existe glória igual nem flores mais belas no mundo.
            Ensinam-nos o caminho da Vida.
            Saudamos sua proteção e inspiração com inebriado respeito.

            Todos os Budas-Cristos ensinam a mesma Verdade.
            A Verdade encaminha os extraviados.
            A Verdade é a nossa esperança e o nosso sustentáculo.
            Recebemos felizes e agradecidos a sua luz, que nada pode extinguir.

            Todos os Budas-Cristos são da mesma essência.
            A essência de todos os seres.
            A essência que santifica os laços entre todas as almas.
            E temos fé na (fides: fidelidade, sintonia com a) felicidade do supremo refúgio.

            Om-Amém, Aum-Assim Seja! Paz a todos os seres!

            (Adaptação de Arnaldo Sisson Filho, feita a partir de oração encontrada no final da obra O Evangelho de Buda,  p. 118)

            Sacerdotalismo Intolerante com Demais Sistemas, Atitude Suicida entre Cristianismo e Budismo
           
“Agora, uma das mais deploráveis características do Sacerdotalismo é sua habitual intolerância a todas as outras formas de fé e sistemas religiosos, a despeito de sua antiguidade, autenticidade, semelhanças fundamentais e credibilidade.
           
O Sacerdotalismo não os vê como amigos, mas como rivais e inimigos; que não devem ser entendidos, apreciados e – ao menos em parte – assimilados, mas que devem ser ignorados, depreciados e contestados.
           
Essa atitude é justificada pelo Sacerdotalismo como sendo zelo por seus próprios princípios particulares, mas isso, na verdade, não é nada mais que intolerância nascida da ignorância.
           
Exatamente essa atitude em relação àquele sistema religioso em particular denominado de Budismo, que precedeu o advento do Cristianismo por cerca de cinco ou seis séculos, tem sido algo próximo de uma atitude suicida ao real sucesso do Cristianismo, tendo se provado desastrosa para sua capacidade de influenciar a todos, exceto aos ignorantes e elementares, aos preconceituosos e às classes conservadoras ainda dominadas pelo Sacerdotalismo.
           
Pois o fato é que a doutrina de Buda, com suas Quatro Nobres Verdades e seu Nobre Óctuplo Caminho, sua ilimitada compaixão em relação a toda a vida senciente, seu lógico ensinamento ético de desenvolvimento através da conquista de si mesmo e da autocultura, sua simples e não obstante profunda análise do sofrimento e da tristeza, com o método da libertação desses estando disponível a todos, sua regeneração completa da mente, seus elevados código de moralidade e padrão de tolerância, paz e caridade – essa doutrina é a indispensável precursora e intérprete da doutrina de Cristo. Em resumo, não são dois Evangelhos, mas dois aspectos, o externo e o interno, de um mesmo Evangelho. Pois o Budismo encontra sua tradução e complementação no Cristianismo, e o Cristianismo encontra sua concepção e seu alicerce no Budismo.
           
Visto dessa forma, o Cristianismo, como religião, assume a obra de aperfeiçoar o homem em seu coração, a partir daquele grau de regeneração parcial a que o Budismo, como filosofia, já o conduziu em sua mente; e assim o Cristianismo descreve e trata apenas dos estágios finais de todo o grande trabalho.
           
Se isso fosse reconhecido, as sérias deficiências referentes às bases, e aquelas falhas racionais, intelectuais e morais que confrontam os estudantes ponderados e imparciais do sistema cristão, seriam amplamente reconhecidas, e um passo adiante seria dado em direção à reabilitação, enquanto um todo vivo, da tão mutilada fé.
           
Quão pouco conhecem o Cristianismo aqueles que conhecem somente um Jesus histórico, e deixam de levar em conta o caminho de Buda, como uma escada que deve ser subida para que se alcance o estado de Jesus!” (A Verdade Viva no Cristianismo, pp. 26-27)