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Textos Selecionados   Citações   Glossário 
  
					
		
		 
		
		CITAÇÕES: 
  
				• Atrativo tanto ao Lado Intelectual, 		quanto ao Lado Devocional 		“Em uma época como a de nossos dias, que se caracteriza por pesquisas 		que tudo abrangem, análises exaustivas e críticas abundantes, nenhum 		sistema religioso pode perdurar, a menos que seja atrativo tanto ao lado 		intelectual, quanto ao lado devocional da natureza humana. Atualmente a 		fé da cristandade está perecendo por conta de um defeito radical no seu 		método de apresentação, através do qual ela é levada a um perpétuo 		conflito com a ciência; e uma tarefa esgotante e indigna é imposta aos 		seus seguidores, de um incessante esforço a fim de acompanhar os avanços 		das descobertas científicas, ou as oscilações da especulação científica. 		O método por meio do qual aqui se tenta eliminar a incerteza e 		insegurança, assim engendradas, consiste no estabelecimento destas duas 		posições:            (1) Que os dogmas e 		símbolos da Cristandade são substancialmente idênticos àqueles dos 		demais sistemas religiosos pretéritos; e            (2) Que o 		verdadeiro plano das crenças religiosas reside, não onde a Igreja o 		colocou até agora – no sepulcro da tradição histórica, entre os ossos 		ressecados do passado – mas sim no vivo e imutável Céu, em direção ao 		qual aqueles que desejam verdadeiramente encontrar o Senhor devem, em 		coração e mente, ascender. “Por que procurais o vivo entre os mortos? 		Ele não está aqui, ele ascendeu”. Isto é, o verdadeiro plano da crença 		religiosa não é, por assim dizer, o objetivo e físico, mas o subjetivo e 		espiritual.” (pp. 6-7) [Anna Kingsford e Edward Maitland.  
		The 		Perfect Way; or, the Finding of Christ  (O Caminho Perfeito; 		ou, a Descoberta de Cristo). Segunda edição, primeira nos EUA, 		revisada e ampliada: Esoteric Publishing Company, Boston, 1988. 358 pp.] 
		  
				• 
Doutrina das Castas – A 
Ensinem Acima de Todas as Coisas 
“Vejam que acima de todas as coisas vocês ensinem a doutrina das 
Castas. Os cristãos cometeram um sério erro ao requerer a mesma regra de todas 
as pessoas. As castas são como degraus por meio dos quais se ascende do mais 
baixo para o mais alto. Elas são, propriamente, graus ou níveis espirituais, e 
não guardam qualquer relação com a condição externa da vida. Como todas as 
demais doutrinas, aquela das castas foi materializada. As castas são quatro em 
número, e correspondem à quádrupla natureza do homem.” (p. 50) [Anna Kingsford – 
Clothed With The Sun. Being the Book of the Illuminations of Anna (Bonus) 
Kingsford (Vestida Com o Sol. Sendo o Livro das Iluminações de Anna (Bonus) 
Kingsford). Editado por Edward Maitland e Samuel Hopgood Hart. Terceira 
Edição, 1937. First Sun Books Printing, Santa Fe, USA, 1993. 210 pp.] 
		  
		
		• Duas Coisas da Religião Cristã 
		“No presente momento há 
		duas coisas da religião cristã que devem ser óbvias para todas as 
		pessoas de discernimento; a primeira, que os homens não podem viver sem 
		ela; e a segunda, que eles não podem viver com ela assim como ela está.”
		
		(p. 6) [Matthew 
		Arnold, citado em  The 
		Perfect Way; or, The Finding of Christ – Anna Kingsford e  Edward 
		Maitland. Boston, Esoteric 
		Publishing Company, 1888. 358 pp.] 
		  
		
		• 		Fé Sem Compreensão É Credulidade 		“É verdade que 		é ‘a fé que salva’, mas a fé que não tem a compreensão não é fé, mas sim 		credulidade.” (p. xi) [Edward Maitland. De uma carta publicada na 		revista  Light, de 17 de dezembro de 1892. Parte de citação feita por 		Samuel Hopgood Hart, no Prefácio para a Terceira Edição de 
		 The Story of 		Anna Kingsford and Edward Maitland and of The New Gospel of 		Interpretation. The Ruskin Press, Birmingham, 1905. 204 pp.] 
		  
		•A 
		Interpretação de Suas Bíblias 
		“Aquilo que vocês precisam na Terra é a interpretação de suas Bíblias, e 
		de todas as Escrituras que contém a sabedoria oculta, o mistério de que 
		São Paulo tão freqüentemente mencionava como existindo desde os 
		primórdios do mundo. [P. ex: Romanos 16:25]” (Uma Mensagem 
		à Terra. Editado por Edward 
		Maitland. p. 69) 
		  
		• 
		Movimento Vegetariano: Redentor do Mundo 
		
		
		“Considero o movimento vegetariano o mais importante movimento de nossa 
		época. Acredito nisso porque vejo nele o começo da verdadeira 
		civilização. Minha opinião é que até o presente momento não sabemos o 
		que significa civilização. Quando olhamos para os cadáveres dos animais, 
		sejam inteiros ou cortados – que com molhos e condimentos são servidos 
		em nossas mesas – não pensamos no horrível fato que precedeu esses 
		pratos; e, não obstante, é algo terrível saber que a cada refeição que 
		fazemos foi a custo de uma vida. Sustento que devemos à civilização 
		a elevação de toda aquela classe profundamente desmoralizada e 
		barbarizada de pessoas – açougueiros, boiadeiros e todos os outros 
		envolvidos nesse negócio deplorável. Milhares de pessoas são degradadas 
		pela presença de abatedouros em suas vizinhanças, o que condena classes 
		inteiras a uma ocupação aviltante e desumana. Aguardo pelo tempo em que 
		a consumação do movimento vegetariano tenha criado homens perfeitos, 
		pois vejo nesse movimento o alicerce da perfeição. Quando percebo as 
		possibilidades do vegetarianismo e as alturas a que ele pode nos elevar, 
		me sinto convencida de que ele se provará o redentor do mundo”. 
		[Anna 
		Kingsford. Citada por 
		Samuel H. Hart, em "In 
		Memoriam Anna Kingsford". Este livreto contém o texto completo, com 
		adendos do autor, da palestra proferida por ele para a Sociedade 
		Vegetariana de Leeds, em 15 de setembro de 1946, na comemoração do 
		Centenário do nascimento de 
		Anna 
		Kingsford.] 
		  
							• Nenhuma das Duas 
		Metades, Separadamente, é um Homem 
		            “Pois – como já 
		foi dito – aquilo por meio do que o homem alcança a condição de ser 
		homem (ou plena virilidade) é a mulher. É o seu poder de reconhecer, 
		apreciar e conquistá-la, que o marca, fisicamente, como homem. Ela é 
		que, o influenciando por meio das afeições nele despertadas, o tira de 
		sua trajetória externa e sem objetivo definido, na qual, quando deixado 
		por si mesmo, ele cedo ou tarde ficaria disperso e perdido; e quem, ao 
		atraí-lo em torno de si mesma, como um centro, o redime e o transforma 
		em um sistema capaz de auto perpetuação, ao mesmo tempo em que 
		suplementa e complementa suas qualidades masculinas, tais como a força e 
		o intelecto, com suas qualidades femininas, tais como a resistência, o 
		amor e a intuição. Desse modo, pela adição de si mesma, ela o transforma 
		em um Homem. 
		            “Não é à metade 
		masculina do dualismo formado pelos dois, que o termo Homem é 
		adequadamente aplicável, mais do que à metade feminina. Nenhuma das duas 
		metades, separadamente, é um Homem; e é por causa de um desafortunado 
		defeito da linguagem que a metade masculina do homem é chamada de homem. 
		Ele é um homem masculino, e ela é um homem feminino. E somente quando 
		casados, isto é, quando 
		fundidos, em uma unidade, 
		por meio de um perfeito casamento, que resulta um Homem. Os dois juntos, 
		desse modo unidos compõem uma unidade humana – como a terra e a água 
		compõem uma Terra – e por seu poder de auto perpetuação e multiplicação 
		demonstram a completude e perfeição de seu sistema.” 
		(The 
		Perfect Way
		
					(O Caminho Perfeito), 
		pp. 181-182) 
		  
•“O Caminho Perfeito” – Comentário do Barão Giuseppe Spedalieri             “O veterano estudante da “ciência divina” [N.T.: Barão Giuseppe Spedalieri.], sobre o qual a referência como o amigo, discípulo, e sucessor literário do renomado mago, o finado Abbé [N.T.: Abade.] Constant (“Elifas Levi”), será para todos os iniciados uma indicação suficiente de sua personalidade, assim nos 
 escreveu: 			|   | 				 		               		“Assim como com as correspondentes Escrituras do passado, o destaque a 		favor de seu livro é, realmente, de milagres: mas com a diferença que no 		seu caso os milagres são intelectuais e incapazes de simulação, sendo 		milagres de interpretação. E eles possuem a distinção adicional de não 		cometer nenhum atentado violento ao bom senso ao infringir as 		possibilidades da Natureza; ao mesmo tempo que eles estão em completo acordo com todas as 		tradições místicas, e especialmente com a grande Mãe destas – a Cabala. 		Que milagres, tais como os que estou descrevendo, devem ser encontrados		em						O Caminho Perfeito, 		em número e espécie não igualados, aqueles que são os mais qualificados 		para julgar serão os mais rápidos a afirmar.             		“E aqui, 		
		apropos		dessas célebres Escrituras, permitam-me oferecer-lhes 		algumas observações sobre a Cabala conforme a temos.		É minha 		opinião:             		“(1) Que essa tradição está longe de ser genuína, tal como era em 		sua emergência original dos santuários.             		“(2) Que quando Guillaume		Postel – de excelente memória – e seus irmãos		Hermetistas da alta Idade Média – o Abade		Trithemius e outros – predisseram que esses 		livros sagrados dos hebreus deveriam tornar-se conhecidos e 		compreendidos no final da era, e especificaram o presente tempo para 		aquele evento, eles não queriam dizer que tal conhecimento deveria estar 		limitado à mera divulgação dessas particulares Escrituras, mas que teria 		por base uma nova iluminação, a qual deveria eliminar daquelas tudo o 		que foi ignorantemente ou propositadamente introduzido, e deveria 		reunificar aquela grande tradição com a sua fonte ao restaurá-la em toda 		a sua pureza.             						“(3) Que essa iluminação recém foi realizada, e foi manifestada						em 				O Caminho Perfeito.		Pois nesse livro 		encontramos tudo o que há de verdade na Cabala, complementado por novas 		intuições, tais que apresentam um corpo de doutrina ao mesmo tempo 		completo, homogêneo, lógico e inexpugnável.             		“Uma vez que toda a tradição se encontra assim recuperada ou 		restaurada na sua pureza original, as profecias de Postel etc., estão cumpridas, e considero que daqui para 		frente o estudo da Cabala será apenas um objeto de curiosidade e 		erudição como aquele das antigüidades 		hebraicas.             “A 		humanidade tem sempre e em todos os lugares se perguntado estas três 		supremas questões: – De onde viemos? O que somos? Para onde vamos? Pois 		bem, essas três questões encontram uma ampla resposta, completa, 		satisfatória, e consoladora, em  		O Caminho Perfeito.”								(p. lxxviii) 		[Anna 		Kingsford e Edward Maitland.  		The Perfect Way; or, the Finding of 		Christ		 		(O Caminho		Perfeito; ou, a		Descoberta de Cristo).  				Segunda edição, primeira nos EUA, revisada e ampliada:		Esoteric Publishing		Company, Boston, 1988. 		358 pp.]    | 	  		
							• “O Caminho Perfeito” 		Será Considerado uma Biblioteca Oculta              “O 		Caminho Perfeito será considerado uma biblioteca oculta em si 		mesmo, e aqueles desejosos de penetrar no conhecimento e no significado 		esotéricos da vida, serão fartamente recompensados pelo seu estudo ou 		cuidadosa leitura; e, sobretudo, aqueles que sentem que não podem dispor 		dos recursos ou do tempo para adquirir e ler muitos livros farão bem em 		ter essa obra como uma de suas primeiras escolhas. Para esses, e para 		todos os que estão procurando uma nova luz, uma nova vida, e inspiração 		mais elevada, nós respeitosamente dedicamos a edição norte-americana.” 		(p. 4) [Anna Kingsfrod e Edward Maitland.  The Perfect Way; or, 		the Finding of Christ  (O Caminho Perfeito; ou, a Descoberta 		de Cristo). Segunda edição, primeira nos EUA, revisada e ampliada: 		Esoteric Publishing Company, Boston, 1988. 358 pp.] 
  
					
					
					• Ordem 
					Divina da Cavalaria É a Ordem do Cristo 
					            “A divina Ordem da Cavalaria é a inimiga do 
					isolamento ascético e do indiferentismo. É a Ordem do Cristo 
					que anda pelo mundo fazendo o bem. O cavaleiro cristão, 
					montado em um valente corcel (pois o cavalo é o símbolo da 
					inteligência), e equipado com a armadura de Miguel, é o 
					modelo da vida espiritual – a vida de ativa e heróica 
					caridade.” 
					
					(p. 278) [Anna Kingsford – 
					
					Dreams and Dream-Stories
					(Sonhos e Estórias de Sonhos) 
					– Editado por Edward Maitland. Segunda Edição: George Redway, 
					Londres, 1888. 281 pp.] 
					  
					
		•  Se Tornará a Religião de Grandes 
		Nações 
		            “Sei que em algum dia ainda distante, agora, de fato, talvez 
		muito remoto, a mensagem que nós pregamos em um canto se tornará a 
		religião de grandes nações.” 
		(Anna 
		Kingsford) (p. 1) [Anna 
		Kingsford e Edward Maitland. 
		
		
		Addresses and Essays on Vegetarianism 
		(Palestras e Ensaios 
		sobre Vegetarianismo).  Editado por Samuel Hopgood Hart. John 
		M. Watkins, Londres, 1912. 227 pp.] 
		  
					
					• Sentido Místico e Não o Sentido 
		Literal 
		           
		“Esta 
		a primeira sugestão (...) que nos foi dada a respeito da verdade que 
		posteriormente foi revelada plenamente – a presença nas Escrituras de um 
		sentido místico escondido dentro do sentido aparente, como uma noz em 
		sua casca, o qual é o sentido pretendido, e não o sentido literal”.
		(p. 53) [Edward Maitland. 
		 The Story of Anna 
		Kingsford and Edward Maitland and of the New of Interpretation  – 
		Birmingham, The Ruskin Press, 1905. 204 pp.] 
  
		• 
Suprema Função do Homem é o Saber 
“10. Segundo a doutrina mística, por outro lado, aquele que é humano apenas na 
forma, é tão somente um homem rudimentar, e pode ser classificado, em todas as 
questões essenciais, naqueles graus mais baixos de humanidade, ou seja, as 
plantas e os animais. Ele possui, como eles, apenas a potencialidade de 
humanidade, e de modo algum a humanidade plenamente realizada. Pois, segundo 
essa doutrina,  o saber é a suprema função do homem; de modo que ele não é 
propriamente homem enquanto não souber, ou, pelo menos, possuir um órgão para 
esse saber, e tenha a capacidade de saber. Além disso, o próprio termo saber, 
tem, em relação a isso, um significado especial. Pois o [pg. 181 do original] 
místico o aplica somente para a cognição a respeito de Realidades. Tão somente 
isso é para ele saber, o qual tem como seu assunto a natureza do Ser, sua 
própria natureza, quer dizer, e de Deus; não fenômenos meramente, mas sim 
Substância, e seu método e sua operação. E, levando-se em conta que, a fim de 
que possa ter esse saber, o homem deve ter alcançado sua consciência espiritual, 
segue-se que, segundo a definição mística, o homem não é homem até que tenha 
alcançado a consciência de sua natureza espiritual. Alcançar isso, e unicamente 
isso, é alcançar a verdadeira idade adulta do ser humano [do homem]. E, antes 
dessa realização, o indivíduo é tão somente um infante, incapaz de preencher, ou 
mesmo de compreender, as funções da maturidade ou plena estatura do homem.” 
[Negrito do tradutor.] [The 
Perfect Way; or, the Finding of Christ (O 
Caminho Perfeito; ou, a Descoberta de Cristo). Anna Kingsford and  
Edward Maitland. 
		Quinta edição, com adições, e Prefácio Biográfico escrito 
por Samuel Hopgood Hart: John M. Watkins, Londres, 1923. 
405 pp. (pp. 180-181)] 
		  
					
					
					• Trabalhar 
					É Orar 
					
					"A instrução 
					sempre é – “Trabalhar é orar"; "Pedir é receber"; "Bater é 
					ter a porta aberta." "Tenho dito frequentemente", diz meu 
					gênio, "Pense por si mesmo. Quando se pensa interiormente, 
					se ora intensamente, e se imagina de maneira centralizada, 
					então, se conversa com Deus." (p. 37) [Anna 
					Kingsford – 
					 
					Clothed With the Sun 
					
					
					(Vestida com o 
					Sol) – 
					
					Terceira 
					edição: editada por Samuel Hopgood Hart, 1937. Sun Books (reimpressão), Santa Fe, 
					EUA, 1993. 210 pp.] 
  
					
					
					• 
					Vôo das Gaivotas num Glorioso Dia: – a Felicidade e o Choque 
					
					"Certa ocasião, 
					após sair de uma grave crise da doença (tuberculose), ela 
					foi levada para um período de recuperação em Dieppe,onde 
					ocorreu um incidente muito ilustrativo da sua natureza 
					suscetível. Tendo passado ali algum tempo e se beneficiado 
					muito com a mudança, ela tinha ido, em companhia de Edward 
					Maitland, se despedir do marido que partia de navio. Então, 
					conta o seu biógrafo: 
					
					            
					"Era um dia absolutamente 
					glorioso pela sua beleza. Enquanto esperávamos, ficamos 
					olhando as brincadeiras de um grupo de gaivotas marinhas, 
					cujas asas eram de um branco que brilhava, enquanto elas 
					faziam seus vários círculos voando diante de um céu do mais 
					claro e suave azul, aproximando-se uma das outras como que 
					se saudando, e, então, mergulhando outra vez para, 
					novamente, repetir a manobra, emitindo sons de alegria e 
					deleite, compondo um espetáculo de rara beleza, que 
					penetrava até o íntimo do coração de quem se recuperava, 
					induzindo a um sentimento de êxtase com as possibilidades de 
					felicidade e de uma vida natural e saudável que esse simples 
					fato nos comunicava. Embora eu também estivesse absorvido 
					pela beleza do cenário, e não menos do que minha 
					companheira, não pude deixar de observar o maravilhoso 
					efeito que isso nela causava, e um pensamento surgiu em 
					minha mente: "Esse é o melhor remédio de todos os que ela já 
					teve”. 
					            
					“Enquanto olhávamos e sentíamos o cenário, um tiro foi 
					disparado de um barco com alguns homens e mulheres, o qual, 
					sem que percebêssemos, havia chegando desde a parte oposta 
					do píer; e imediatamente um dos pássaros caiu no mar, onde 
					ficou flutuando em agonia com uma asa ferida, enquanto seus 
					companheiros voavam ao redor com gritos ásperos e 
					discordantes; e num só instante toda a cena brilhante se 
					transformou, de inocência e deleite, em profundo abatimento 
					e tristeza. Era um assassinato cometido num Éden, seguido 
					por um eclipse quase instantâneo de tudo o que o tornava o 
					próprio Paraíso. Mary [N.T.: Como ele muitas vezes chamava 
					Anna Kingsford.] estava atônita. O seu organismo 
					recentemente tão combalido sucumbiu sob o choque em uma 
					convulsão de sentimentos. O seu impulso era de se jogar no 
					mar para socorrer o pássaro ferido, e foi com dificuldade 
					que consegui detê-la; e tão somente após dar vazão a uma 
					agonia com muitas lágrimas, e de despejar sobre a turma de 
					onde havia sido disparado o tiro uma tempestade de acusações 
					e impropérios, com risco iminente até mesmo de ser detida, 
					enquanto eles vinham para a terra, segurando o pássaro, 
					agora já morto, como um troféu. E somente com muito esforço 
					eu consegui levá-la de volta para o hotel. Pelas próximas 
					vinte e quatro horas ela ficou completamente alterada, em um 
					estado de rancoroso torpor." 
					
					            
					Nenhum incidente poderia ser mais característico do seu 
					temperamento e da sua forma de ver a vida. O charme, a 
					beleza e o deleite da vida estavam apenas na superfície, e 
					apenas serviam para encobrir o horror e a angústia que jazia 
					por debaixo dessa capa. Ela sentia como o Apóstolo, que toda 
					a criação gemia e sofria junto com ela, e para o seu 
					espírito hiper-sensitivo a própria vida era com muita 
					freqüência um verdadeiro inferno." (pp. 
					6-8) [Ralph Shirley –  Anna Kingsford and Edward 
					Maitland. Mandrake Press, Thame, Inglaterra, 1993. 
					 
					23 p.] 		   |